No dia do aposentado e aposentada, magistério cobra do governo do Estado a devolução do que foi descontado durante 27 meses e paridade salarial com os ativos
“Foi um período muito difícil para nós. Muitas e muitos adoeceram, ficaram sem remédio. Com seus projetos de vida bagunçados, não conseguindo cumprir seus compromissos, pois de repente ficaram sem R$600, R$700 das suas aposentadorias”.

“Sou arrimo de família e esse confisco de 14% até hoje causa problemas financeiros na minha família. Na vida de todas as famílias, faltou dinheiro para comida. Por isso queremos o que foi nos foi descontado de volta”.

Os depoimentos são Maria José, aqui de Aracaju e Ana Lúcia, moradora de Itabaiana. Ambas são professoras aposentadas da rede estadual e falaram para o diretor presidente do Sergipeprevidência o que sofreram na pele durante o desconto de 14% das aposentadorias (que estavam abaixo do teto do INSS) durante 27 meses.
A audiência aconteceu ao final do ato realizado pelo SINTESE na Praça General Valadão em alusão ao dia do aposentado e aposentada que se comemora hoje, dia 24 de janeiro.
“Hoje é um dia importante para nós, aposentadas e aposentados, mas não temos muito o que comemorar, pois temos muita luta pela frente pela devolução do que nos foi tirado e pela paridade salarial com os ativos”, disse a professora Maria Luci Lima Santos, do departamento de Aposentados do SINTESE.
Enquanto a audiência acontecia, as professoras e professoras ocuparam a área de entrada do Sergipeprevidência, portando cartazes reivindicaram a devolução do que foi descontado.
Na reunião com o gestor do Sergipeprevidência, o presidente do SINTESE, Roberto Silva lembrou que em encontro com o governador Fabio Mitidieri, ainda no mês de dezembro, foi garantido que a discussão sobre a devolução do que foi descontado seria feita e solicitou que o órgão fizesse a intermediação no intuito de agendar audiência do sindicato com a secretaria da Fazenda para que a devolução seja tratada.
O diretor-presidente José Roberto Lima Andrade disse aos dirigentes do SINTESE que ainda essa semana se reunirá com a secretaria da Fazenda e que está fazendo os estudos para saber quais os valores serão devolvidos. O sindicato irá enviar ofício solicitando o resultado destes estudos.
“Esse é o primeiro ato do ano e vamos continuar atentos e na luta pelos nossos direitos”, afirmou o presidente do SINTESE, Roberto Silva dos Santos.
Cultura
Como não podia deixar de ser, a Cultura também se fez presente no ato, com a poesia da professora Maria Helenita dos Santos.

Meu grito por justiça
Maria Helenita dos Santos
Professora aposentada, filiada ao SINTESE
Companheiras e companheiros unidos aqui estamos.
Tiraram do nosso bolso, o que a na previdência pagamos
Trabalhamos muitos anos com muita dedicação
Em plena pandemia fizeram esta traição
Pegaram ao velho mestre com plena ingratidão
Ó que maldade tão grande de gente sem coração
Fizeram uma tão reforma, e ao trabalhando enganando
Usaram a injustiça com o pobre e o poderoso enricando
E para os aposentados tiraram o que já ganhamos
O nosso país tão rico, mas nunca está andando
Só cresce a carestia e o povo passando fome
O professor a saúde, já perdeu na profissão
A coluna está torta, da pesada pasta na mão
Seus olhos já estão turvos, quase perdendo a visão
Corrigindo muitas provas, à noite não dorme não
Pra não perder o juízo se apega na oração
Quando aposentado tiram o seu tostão
O professor aposentado viceu na luta e aflição
Trabalhou por muitos anos, educando o cidadão
Levou pó de giz na cara e muita ingratidão
Formou o homem doutor, que nunca lhe dá a mão
Quando se ele a político, derruba seu mestre ao chão
Respeito ao professor, não se tem nessa nação
Todos nós aposentados sempre estamos precisando
Nosso corpo está cansando e as doenças chegando
Precisamos de remédios e boa alimentação
Deram um golpe traiçoeiro tiraram nosso tostão
Foi um ato de maldade, de quem não tem coração
Não é com o nosso dinheiro que vão salvar a nação
A consciência do homem há muitos está faltando
Estão vivendo na terra, maltratando o seu irmão
Preocupado no mundo, vivendo de ilusões
E do projeto de deus, esquecidos muitos estão
Sabendo que nesta terra, poucos anos viverão
E no tribunal de Cristo, todos eles chegarão.