“Senhor Deus, Votei neste Governador,
Mas pelo seu proceder fascista, arrogante, e autoritário.
Misericórdia.
Senhor Deus, Votei neste Governador,
Mas por ele não querer cumprir a Lei do Piso.
Misericórdia.”
Essas foram algumas das palavras usadas na ladainha dos professores no enterro simbólico do governo Déda realizado no final da manhã em frente ao Palácio Museu Olímpio Campos.
Os professores realizaram uma grande assembleia e encerraram a greve do magistério da rede estadual que foi iniciada no dia 16 de abril e terminou depois de 57 dias após decisão judicial que concedeu ao pedido do governo e decretou a greve ilegal.
Os educadores continuam a luta pelo reajuste de 22,22% para todos os níveis da carreira conforme diz a lei do piso.
“Os professores encerram hoje essa greve, mas vão continuar na luta pelo reajuste do piso para todos os níveis da carreira. Lutamos pelo que é justo, pelo nosso direito que é legal, que foi aprovado por unanimidade no Congresso Nacional e ratificado no Supremo Tribunal Federal”, disse a presidenta do SINTESE, Ângela Maria de Melo.
Enterro
Após a decisão de voltarem às aulas os educadores saíram em cortejo pelas ruas do centro de Aracaju, carregando o caixão com o falecido “governo Déda”. Pessoas nas portas das lojas e que passavam pelas ruas do centro comercial aplaudiam e repetiam em coro “enterra, enterra”.
Como sempre se utilizam de símbolos da cultura popular os professores durante a “encomendação do corpo” foi declamado um cordel e entoada uma ladainha.
Solidariedade
Os professores também receberam moções de apoio do SINASEFE – Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica e também do Movimento Nacional por Direitos Humanos.
Quem esteve na assembleia que lotou o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe fez avaliações sobre o movimento grevista, que foi a maior greve já realizada pelos professores da rede estadual (a greve mais longa até então durou 56 dias e ocorreu no mandato do governador Antônio Carlos Valadares).
Foi ressaltado também o apoio dos alunos, pais e mães de alunos de escola pública, da imprensa e da sociedade sergipana. “Em um único final de semana pregamos oito mil adesivos, isto é mais do que nunca o apoio irrestrito que o povo sergipano dá a luta dos professores”, apontou o diretor do Departamento de Base Estadual do SINTESE, Roberto Silva dos Santos.
Greve não prejudica aluno
Durante a condução da assembleia a presidenta enfatizou que é falso dizer que a greve prejudica os alunos. Há escolas que não começaram as aulas por estarem em reformas mal planejadas (exemplo do Premen em Estância), por falta de professor.
O judiciário diz que a greve prejudica os alunos e criminaliza os professores, mas não obriga o Estado a constituir uma política que faça com que as escolas se mantenham abertas, que não se fechem turmas e turnos, deixando a juventude sem opção.
O que é prejudicial aos alunos são escolas que não contam com bibliotecas, laboratórios de ciências, laboratórios de informática, refeitórios e quadras de esporte. “O que prejudica os alunos é a falta de política pública séria para transformar a escola pública em um espaço que a juventude se encontre e possa ter condições de tornarem-se cidadãos e cidadãs atuantes na sociedade” disse Ângela.
Autoritarismo
Os professores lembraram também o governo Déda tem tratado com autoritarismo e arrogância a luta do magistério. O governo ao invés de utilizar o diálogo como instrumento de negociação com os educadores decidiu perseguir, agredir e ameaçar o magistério.
Calendário de luta
Nesta quarta-feira, 13, a partir das sete da manhã está marcado mais uma colagem de adesivos. O ponto de encontro será na esquina da rua Itabaiana, com a Avenida Barão de Maruim.
Além da colagem de adesivos no dia 13, na quinta-feira, 14 os educadores voltam as galerias da Assembleia Legislativa para uma vigília. A próxima assembleia da categoria está marcada para o dia 19, às 15h no Instituto Histórico e Geográfico.
Serão realizadas plenárias nas escolas e atos públicos nas grandes cidades sergipanas (Itabaiana, Glória, Simão Dias, Neópolis, Tobias Barreto, Estância, estão entre elas) com o enterro do governo Déda. O agosto vermelho será construído junto com a categoria.
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