Dois membros da direção executiva do SINTESE participaram de audiência na Promotoria de Educação do Ministério Público sobre a situação do Instituto de Educação Rui Barbosa – IERB.
O SINTESE provocou a audiência depois de ser procurado pelos professores e constatar a péssima situação da estrutura do edifício e da situação de instabilidade dos professores e do fechamento da própria instituição por parte da Secretaria de Estado da Educação.
Mas a audiência que teve a intermediação do promotor Luis Fausto Valois focou-se na questão estrutural. O prédio está em péssimo estado, apesar das tentativas da direção da escola em minimizar os danos. “Fizemos várias solicitações, algumas reparos foram feitos, mas a situação da escola é para uma reforma geral”, disse a Edwilma Santana.
Sem condições
Um grupo de professores que acompanhou a audiência colocou para o promotor todas as dificuldades que estão passando. Os quadros estão destruídos e os educadores estão quase sem ter onde ministrar suas aulas, isso sem contar com alagamentos, banheiros em más condições e três salas de aula já foram interditadas devido ao alto grau de infiltrações nas paredes. “A escola já foi vítima de dois incêndios, devido a condição precária da rede elétrica”, apontou o professor Iran Barbosa.
Devido ao aspecto decadente, aumenta a cada dia a vulnerabilidade do estabelecimento de ensino, expondo ao risco de violência a comunidade escolar que está amedrontada e insegura. Contribui para isso, um grande buraco na lateral da escola que possibilita o ingresso de pessoas estranhas nas dependências internas. Além disso, a Direção do Colégio Estadual Costa e Silva, com autorização da Secretaria da Educação, construiu um estacionamento nas proximidades, o que fragiliza, ainda mais, a segurança do IERB.
Avaliação da estrutura
A partir das questões apresentadas pelos professores e pelos membros da direção do SINTESE, o promotor Luis Fausto solicitará a visita da Vigilância Sanitária, Defesa Civil e Corpo do Bombeiros para avaliarem a estrutura da escola e verificarem se há necessidade de interdição parcial ou total do prédio do IERB.
A direção do SINTESE vê com pesar a situação a que foi submetido o IERB. “Estamos vendo uma escola que tem uma enorme contribuição para a Educação sergipana ser abandonada pelo poder público e isso nós não vamos aceitar”, disse Edileide Barrozo, da direção executiva do SINTESE professora do IERB.
A Secretaria de Estado da Educação será oficiada pelo Ministério Público e terá 10 dias para prestar informações concretas sobre quais encaminhamentos dados a estrutura física do IERB “para que sejam evitadas situações de risco, quer seja por curto circuito, quer seja outras intercorrências”, diz o termo de audiência.
Fechamento da escola
Além da questão da estrutura física da escola o fechamento do Instituto Ruy Barbosa preocupa os professores. A ideia da Secretaria de Estado da Educação é fechar a escola e transformá-la em um Centro de Formação Continuada de Professores. A comunidade escola não concorda com essa proposta e já está construindo uma alternativa de continuidade da escola, transformando-a não só em um local de formação de educadores, mas também de profissionais da Educação (vigilantes, merendeiras, oficiais administrativos). Os professores da escola têm experiência no trato pedagógico que a formação dos profissionais da educação exigem. “Não se pode simplesmente extinguir uma escola que faz parte da história da Educação Pública do nosso Estado”, finaliza José Francisco Andrade, da direção executiva do SINTESE.
Uma nova audiência ficou marcada para o dia 13 de outubro às 9h onde será discutida a situação pedagógica do IERB, com participação também do Conselho Estadual de Educação.
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