SINTESE se reuni com presidência do CREF para buscar soluções diante de problemáticas que afligem professores de Educação Física

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No início desta semana, o SINTESE recebeu em sua sede central, em Aracaju, a presidente do Conselho Regional de Educação Física (CREF), Simone Gama. Durante a reunião com os dirigentes do Sindicato foram tratadas as seguintes questões: Implantação da BNCC Computação e redução da carga horária de Educação Física; retirada das professoras e professores de educação física do 1º ano ao 5º ano do ensino fundamental; pagamento da anualidade do CREF e condições precárias de trabalho.

Uma nova reunião será marcada, em breve, para que seja dada a continuidade ao debate iniciado.

Implantação da BNCC Computação e redução da carga horária de Educação Física

Alguns gestores da educação querem “abrir espaço” na grade curricular das escolas para o componente Computação, estabelecido pela BNCC. No entanto, para isso, estão atacando o componente curricular de Educação Física, reduzindo a carga horária das aulas, o que para a Direção do SINTESE, e também para o CREF, é algo preocupante.

 

O SINTESE e o CREF têm o entendimento de que Computação é um conteúdo transversal a todas as disciplinas e os gestores, na verdade, deveriam garantir uma política de formação para as professoras e professores, de todos os componentes curriculares. Assim estes professores poderiam trabalhar Computação de forma transversal em suas aulas.

 

“A computação está presente em todas as disciplinas, por isso, deve ser trabalhada de forma transversal. É necessário que os gestores assegurem nas escolas uma estrutura de salas de informática, internet de qualidade, garantam aos professores os auxílios tecnológicos e de internet, para que haja condições do professor desenvolver seu trabalho. Não há necessidade de redução do componente de educação física”, podera o presidente do SINTESE, professor Roberto Silva.

Retirada das professoras e professores de educação física do 1º ano ao 5º ano do ensino fundamental I

Gestores municipais também estão retirando professores de educação física de sala de aula, nas turmas de 1ª ano ao 5º ano, e obrigando professores pedagogos a assumir as aulas de educação física. Um exemplo de onde está ilegalidade vem acontecendo é em Nossa Senhora do Socorro

O SINTESE já está travando luta contra tal ação ilegal e aproveitou a reunião para também convidar o CREF a participar ativamente desta luta.

É importante destacar que o Conselho tem a prerrogativa, dentro da Lei, para fiscalizar o exercício ilegal da profissão. Ao retirar o professor de educação física e colocar o pedagogo para ministrar estas aulas, os gestores municipais de educação estão obrigando os pedagogos a exercer o papel do profissional de educação física de forma ilegal.

“É preciso que haja concurso para professoras e professores de educação física para que possam lecionar nas primeiras sérias do ensino fundamental também. Seguimos fiscalizando e denunciando todas essas situações de anormalidade e esperamos contar com o CREF nesta luta”, pontua o professor Roberto Silva.

Pagamento da anualidade do CREF

O SINTESE colocou da preocupação sobre a obrigatoriedade do professor que leciona apenas em escolas, para estudantes da educação básica, e não participam de competição, ter que pagar a anuidade do CREF. Este é um ponto de discordância do Sindicato com o CREF.

Diante disso, o SINTESE fez uma proposta a presidenta do CREF de que o professor regente em sala de aula não seja obrigado a pagar o CREF.

Faria sua contribuição anual ao Conselho o professor que tem projetos esportivos, nos quais seus estudantes participam de competições. Neste caso, o SINTESE defende que a valor dessa contribuição seja assegurado pelas Secretarias de Educação, em forma de ajuda de custo aos professores, já que a participação de estudantes em competição é de interesse da rede de ensino.

Condições precárias de trabalho

Outro ponto abordado durante a reunião, foi em relação as precárias condições de trabalho enfrentadas pelas professoras e professores de educação física, tanto na Rede Estadual, como nas Rede Municipais.

Os dirigentes do SINTESE fizeram questão de pontuar para a presidente do CREF que, em muitas escolas, as quadras estão em péssimas condições de uso, isso quando existe quadra, porque muitas vezes as aulas práticas são dadas em espaços improvisados.

Além disso, as professoras e professores de educação física sofrem com a falta de materiais para ministrar suas aulas.

“Infelizmente ainda temos um cenário muito ruim nas escolas públicas, no que tange os espaços esportivos: são quadras sem cobertura, em que é impossível que as aulas aconteçam após às 10h da manhã, porque é capaz de estudantes passarem mal de tanto calor. Além da própria estrutura física das quadras, buracos no chão, traves sem rede, mato ao redor. Muitas unidades de ensino sequer têm uma quadra para o professor desenvolver suas aulas práticas. Faltam até materiais simples, como uma bola, por exemplo. O professor de educação física vivencia uma série de problemas e o SINTESE tem denunciado e cobra das Secretarias de Educação. Esperamos, agora, contar com o CREF como parceiro nessa luta”, finaliza o professor Roberto Silva.