Educadores dos municípios na luta pelo reajuste do piso

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A luta pelo reajuste do piso salarial não se restringe aos educadores da rede estadual. O magistério de vários municípios empreendem ações de luta com o objetivo de alcançar o reajuste salarial previsto em lei e também por reforma nas escolas, alimentação e transporte escolar de qualidade. Atualmente há 8 municípios em atividades de paralisação ou greve (e mais três vão entrar para a lista: São Domingos (27 e 30), Cristinápolis (30) e Arauá (dias 02, 03 e 04 de maio).

Santo Amaro

Nesta quinta-feira, 26, os professores da rede municipal de Santo Amaro entram em greve. Há anos eles esperam que o Estatuto do Magistério seja atualizado e até agora só há promessas da administração municipal.

Ano passado a administração do prefeito Ivaldo Costa se comprometeu a enviar o projeto logo que iniciasse o semestre legislativo em 2012, isso acontece em fevereiro e até o momento nada de projeto na Câmara de Vereadores.

Virou moda entre os administradores municipais condicionar o reajuste do piso a redução de direitos da categoria. Em Santo Amaro o prefeito propôs reduzir a regência de classe.

Desde o dia 11 que os educadores de Aquidabã entraram em greve. Até o momento não houve avanço nas negociações para o reajuste, pagamento de salários atrasados e a situação das escolas é preocupante. Os professores já fizeram várias denúncias no Ministério Público sobre os problemas por quais passam a educação no município. Algumas escolas já foram inclusive mostradas em reportagens na televisão em cadeia nacional.

Até o momento os educadores não receberam os salários de março e o valor equivalente ao terço ferial que deveria ser pago em janeiro ainda não entrou nas contas dos educadores.

Em audiência realizada ontem (24) o prefeito se comprometeu a pagar os salários de março e o terço ferial até a próxima sexta-feira (27). A administração municipal também disponibilizou as folhas de pagamento para que os professores possam avaliar a situação financeira do município. A próxima audiência está marcada para o dia 04.

Em Monte Alegre a comissão de negociação teve uma audiência com o prefeito e ficou acertado que na segunda quinzena de maio haverá nova reunião para discutir e fechar a negociação sobre o reajuste do piso salarial.

Em Canindé do São Francisco o magistério está em greve desde a última segunda-feira (23) o não avanço nas negociações. A administração municipal nega ter condições de pagar o reajuste do piso para todos os professores em todos os níveis, mas estudos feitos pela comissão de negociação do sindicato comprovam que há viabilidade financeira para o pagamento do reajuste com preservação da carreira do magistério.

Malhador, Itabaiana e Frei Paulo

Nas cidades da região Agreste a luta pela revisão do piso e por melhores condições de trabalho culmina em greve por tempo indeterminado iniciada nessa quinta-feira (26).

Em Frei Paulo a proposta da administração condiciona o reajuste do piso a extinção da regência de classe, ou seja, redução de direitos e garantias assegurados no plano de carreira. Situação repudiada pelos educadores e o motivador principal para a categoria decretar a paralisação total das atividades. No primeiro dia de greve os professores fazem panfletagem nas ruas e pontos comerciais da cidade.

Em Malhador os professores sofrem com o não reajuste do piso e as péssimas condições das escolas e pela falta de alimentação e transporte escolar.

O município foi beneficiado em maio de 2011 com a doação de 800 bicicletas através do programa Caminhos da Escola, fato inclusive divulgado no próprio site da prefeitura (http://bit.ly/HYe6u4), mas até o momento nenhum estudante da zona rural foi contemplado com uma bicicleta. Por motivos não justificados pela administração as bicicletas estão armazenadas no auditório da Escola Municipal José Joaquim Pacheco. Desse modo os alunos são obrigados a caminharem vários quilômetros para irem a escola, pois os locais onde moram não apresentam condições para o tráfego de veículos motorizados.

Em Itabaiana os educadores estão em greve desde o dia 20 de abril e na manhã desta quinta (27) ocuparam o prédio da prefeitura. O magistério entrou em greve porque a única proposta apresentada pela administração reduz ainda mais carreira do professor. “Nos últimos anos a política da Educação em Itabaiana é de desvalorizar o magistério. Não vamos aceitar que acabem com anos de luta onde demos o nosso sangue, suor e lágrimas”, afirmou a coordenadora geral da Sub-Sede Agreste do SINTESE, Rita de Cássia dos Santos.

Nas análises feitas pelo sindicato não houve queda nas receitas do município que justifiquem uma proposta que reduza tão drasticamente a carreira do professor. A administração de Luciano Bispo adotou uma política de desvalorização do magistério, apresentando propostas que retiram direitos conquistados através de muita luta, chegando ao ponto que em 2010 chegou a propor até a extinção do cargo de professor. Na proposta da administração o professor seria transformado em agente comunitário de educação, indo totalmente de encontro a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases. Somente muita luta e pressão na Câmara de Vereadores impediu que esta monstruosidade fosse cometida.

Japoatã

Situação se repete em Japoatã, onde os professores estão em greve desde a última segunda-feira(23). O prefeito Telmo Guimarães sujeita o reajuste do piso a redução da gratificação por regência de classe. Para o SINTESE isso tem como consequência o achatamento da carreira do magistério e vai de encontro ao princípio da lei do piso que foi instituída para valorizar e dar dignidade profissional aos educadores.