Não teve liminar, guarda municipal, Polícia Militar ou Exército que impedissem os educadores da rede municipal de Estância de darem uma aula de democracia nas ruas do município na tarde e noite do dia 07 de setembro.
O que se viu foi os professores mostrando a sua indignação e o povo nas ruas aplaudindo entusiasticamente o desfile dos educadores, que apesar do silêncio, mostraram a sua irreverência em denunciar os problemas vividos pela categoria e também as condições da alimentação escolar de Estância.
Intervenção
Mas quase os professores não tiveram o direito de se manifestar. O prefeito Ivan Leite mais uma vez sua face intolerante e autoritária. Buscou através de liminar que os professores não se manifestassem, pois eles “provocariam tumulto” no desfile cívico da cidade.
Ao receber a intimação judicial no final da tarde, a presidenta do SINTESE, Ângela Melo, demonstrou surpresa com a atitude do prefeito. “O prefeito não compreende que os trabalhadores têm direito a se manifestar de forma democrática e utiliza da Justiça para tentar coibir o direito constitucional dos educadores”, afirmou Ângela.
Na concentração, após a última escola, os professores se surpreenderam com a presença da Polícia Militar. Foi somente após horas de negociação tendo a frente a deputada estadual Ana Lúcia que os professores puderam sair em desfile cívico pelas ruas da cidade.
Quando se pensava que tudo correria bem, foi a vez do Batalhão de Tiro de Guerra, orientado pela prefeitura, também tentar barrar o desfile dos professores, atrasando a sua própria apresentação. Dessa vez a intervenção foi do deputado federal Iran Barbosa, que conversou com o sargento que comandava a tropa e os professores continuaram a caminhada. Mas a prefeitura também colocou a Guarda Municipal à frente dos professores numa tentativa de intimidar a categoria.
“Os professores não causaram transtornos nas ruas, as palmas que recebemos do povo nos mostraram isso. Agora o que fez o prefeito Ivan Leite ao colocar ônibus, ambulância, carro de som, caminhões e a até polícia para nos barrar isso sim é causar tumulto”, disse Ivonia Ferreira, coordenadora da sub-sede Sul.
Os professores de Estância retornaram as salas de aula na última segunda-feira após decisão judicial que declarou a greve como ilegal. “Voltamos às aulas em respeito aos pais e aos alunos, mas a luta por escolas de qualidade e por nossas gratificações vai continuar”, finalizou Ivonia.
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