Nesta quinta, os professores percorrem os povoados para dialogar com a população sobre todos os problemas que passa a Educação no município.
Na última quarta-feira (09) os professores de Carira estiveram na Assembleia Legislativa em busca do apoio dos deputados para que a situação caótica da educação no município seja revertida.
Há dois meses sem salário os educadores tiveram outro revés. A prefeita de Carira, Gilma Chagas (PSC) aprovou Projeto de Lei (PL) na câmara de vereadores que reduz a carga horária, trazendo perdas nos salários dos professores. O projeto de Lei reduz de 160 para 125 as horas de trabalho dos professores, causando perdas salariais além de prejudicar os alunos ao diminuir a quantidade de aulas ministradas.
Além de não pagar os salários dos últimos dois meses, não pagou os décimos terceiros salários dos anos de 2008 e 2010, e não paga o terço de férias sobre quinze dias desde 2005.
Escolas abandonadas
Enquanto a administração se preocupa em retirar direitos dos professores, a situação das escolas da rede municipal de Carira é de total abandono. A alimentação escolar é irregular e é de péssima qualidade, pois não segue o cardápio. O transporte escolar não tem uma frequência regular e prejudica a assiduidade das crianças às aulas.
Isso resulta em uma queda vertiginosa da matrícula na rede municipal, como apresentou a deputada Ana Lúcia em estudo que tomou como base dados do IBGE e do Ministério da Educação.
A queda de matrículas do município tem provocado uma enorme diminuição da arrecadação, a ponto de Carira perder mensalmente R$ 318.364,55 de repasse. Ana Lúcia informou que só 4,4% dos estudantes matriculados estão cursando o Ensino Médio na idade/série correta. A taxa de reprovação no primeiro ano escolar chega a 28,1%, e 40% das crianças de Carira com idade entre 6 e 9 anos está fora da escola. “Isto fere a Constituição”, alertou a deputada. A desestruturação do ensino em Carira reflete no baixo Índice de Desenvolvimento Humano, de 0,581, enquanto o Índice de Desenvolvimento Infantil ainda é mais reduzido, chegando a 0,490.
Saídas
Este cenário não é novidade para a Prefeita, pois desde 2009 os professores denunciam a situação precária das escolas que deveriam atender com qualidade os filhos dos trabalhadores e trabalhadoras de Carira.
Depois de vários atos públicos denunciando o caos da educação em Carira e da “Caminhada da Lamentação”, a saída encontrada foi a greve que segue até que os direitos sejam garantidos e não retirados a toque de caixa como quer a prefeita Gilma.
Com informações da Assessoria de Comunicação da dep. Ana Lúcia