O segundo dia de paralisação dos professores de Japoatã foi marcado por uma visita da categoria a Assembleia Legislativa.
Eles foram pedir apoio aos deputados no processo de negociação de reajuste do piso salarial e da pauta de negociação que envolve melhores condições de trabalho, alimentação escolar de qualidade e em quantidade suficiente para atender todos os alunos.
A paralisação aconteceu porque a única proposta apresentada pelo prefeito Telmo Guimarães condiciona o reajuste de 22,22%, conforme determina a lei do piso, a redução de percentuais já conquistados na carreira.
“Nossa luta é pelo cumprimento da lei do piso, reajuste para todos os professores sem alteração na carreira e por melhores condições de trabalho. Se alterar a carreira, o piso não valorizará o magistério”, disse a professora Maria José, delegada sindical no município de Japoatã.
Utilizando a tribuna, a deputada estadual Ana Lúcia apresentou dados sócio-educacionais do município de Japoatã e solicitou dos parlamentares apoio para que a negociação do piso avance.
A deputada apresentou dados alarmantes com relação a realidade educacional. A taxa de escolaridade líquida no Ensino Fundamental é apenas de 88,7%, isso significa que quase 12% das crianças de 7 a 14 anos estão fora da escola. No Ensino Médio ainda é pior, somente 8% dos alunos na idade entre 15 a 17 anos estão na escola. Isso sem contar que segundo os últimos dados do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, ligado ao MEC, não há matrícula em Educação Infantil.
Esse péssimo cenário tem como consequência a queda de matrícula. Pela falta de uma política consequente na educação o município deixa de receber algo em torno de R$ 2 milhões e 300 mil.