Umbaúba: nota de repúdio à atitude do vereador Abel Lima

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O SINTESE vem a público manifestar seu repúdio à conduta do vereador e atual presidente da Câmara Municipal de Umbaúba, Sr. Abel Lima (Solidariedade) que, na noite do dia 30 de outubro do corrente ano, dirigiu-se de forma agressiva e desrespeitosa ao professor Lindinalvo Rodrigues, durante sessão no plenário da Casa Legislativa.

Ao ordenar que o professor “se calasse”, afirmando que a Câmara “não era a casa dele”, o vereador revelou uma postura autoritária e incompatível com o cargo que ocupa. O episódio ganha ainda mais gravidade porque a fala do professor se limitou a expressar vigilância cidadã — o legítimo direito de acompanhar e questionar as ações dos representantes eleitos.

A tentativa de silenciar a voz de um educador representa não apenas um ataque pessoal, mas um ataque simbólico à categoria docente e ao princípio democrático da participação popular. A Câmara é, por natureza, a casa do povo, e nela devem ecoar as vozes daqueles que vivem, constroem e defendem o interesse público.

O presidente da Câmara, ao afirmar que “não adianta os professores irem à Câmara com motivação de pressão”, expôs sua compreensão deturpada do papel do Legislativo. Pressionar, questionar e exigir respeito aos direitos é parte da ação política legítima da sociedade civil organizada — e não afronta, mas exercício da democracia.

Os professores estiveram na Câmara para dialogar e informar os vereadores sobre a realidade da Educação em Umbaúba, marcada pela retirada de direitos e desvalorização do trabalho docente, expressas no:

– corte das horas extras dos pedagogos;

– corte irregular da gratificação por atividade pedagógica dos professores readaptados.

Se os direitos de alguns estão sendo violados, toda a categoria se vê ameaçada. A omissão diante dessas injustiças abre caminho para o avanço de práticas autoritárias e o enfraquecimento da própria política pública educacional.

O SINTESE reafirma sua solidariedade irrestrita ao professor Lindinalvo Rodrigues, companheiro de luta e de firme compromisso com a educação pública.

Reiteramos que quando um professor é desrespeitado, é toda a classe trabalhadora da educação que é atingida.

Conclamamos a sociedade e as instituições democráticas de Umbaúba a reafirmarem o valor do diálogo, do respeito e da liberdade de expressão como fundamentos da vida pública.

A tentativa de silenciar educadores não nos intimida — nos fortalece e nos convoca a seguir na luta por educação pública, respeito e democracia.