A professora Ordália Alves Almeida da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul colocou que a inclusão da Educação Infantil na Base Nacional Curricular Comum, a revogação do Sistema Nacional de Avaliação Básica e, dentro dela, a não consideração da construção feita para a Avaliação Nacional da Educação Infantil trarão graves consequências para a educação como um todo.
Também fez um retrospecto sobre as políticas públicas no que diz respeito a Educação Infantil desde a década de 80 (com a Constituição Federal) até a Plano Nacional de Educação (2014) e apontou que houve avanços, mas mesmo esses avanços em vários anos acabaram vítimas de políticas neoliberais.
As ações do Ministério da Educação na lógica do governo golpista atende somente a preceitos mercadológicos, calcados numa visão neoliberal. Ela fez uma crítica veemente à inclusão da Educação Infantil na Base Nacional Curricular Comum.
“Qual será a avaliação da educação infantil, face aos novos ocupantes do MEC e do INEP, comprometidos com a reforma empresarial da Educação, a qual privilegia a antecipação da escolarização na educação infantil?”, questiona Ordália.
Outro ponto focado na fala da professora diz respeito a um apressamento em determinar quando a criança deve aprender. Utilizando uma expressão da professora Helena de Freitas, Ordália coloca que “há um febre para que as nossas crianças ‘aprendam na idade certa’. A ‘idade certa’ é definida como aquela que os organizadores de currículos, reformadores empresariais e alguns pais fixam, à revelia da evidência científica disponível, e que arbitrariamente determina um tempo fixo para ‘assegurar os direitos de aprendizagem’ das crianças”.
Ela disse também que nesse difícil cenário é preciso que os professores e professoras da Educação Básica (Infantil, Fundamental e Médio) se unam, se fortaleçam e resistam a estes documentos que buscam homogeneizar o processo de ensino e aprendizagem.