Uma passeata juntou grevistas do setor bancário e dos Correios na tarde desta sexta-feira (30), na capital paulista. As duas categorias tiveram as propostas de pautas rejeitadas e decidiram permanecer em greve. No caso dos Correios, as negociações deverão ser mediadas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O último levantamento indicou que 7.672 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados de todo o país interromperam o atendimento desde o início da greve.
Os bancários pedem 12,8% de aumento sobre pisos e salários, além de maior participação nos lucros. Os banqueiros ofereceram 8% de reajuste. A proposta foi rejeitada, segundo a secretária geral do sindicato que representa a categoria na cidade de São Paulo e região de Osasco, Raquel Kacelnikas.
“Eles não repassam [os lucros] proporcionalmente ao esforço dos trabalhadores ou ao resultado que eles adquiriram. Imaginar que eles repassem o crescimento de 20% [nos lucros do primeiro semestre] para nós é porque não conhece os banqueiros.”
Kacelnikas revela que os empregadores não aceitam rediscutir as metas, consideradas abusivas. Eles dizem ser um assunto de gestão, que só pode ser tratado entre os dirigentes das instituições.
“Não é só o aumento [o motivo da greve]. Tem a ver com as condições de trabalho e com as metas abusivas. O trabalhador, para cumprir a meta, precisa ir à noite e aos finais de semana. Isso é inaceitável. Inclusive, faltam trabalhadores bancários. O setor bancário é o segmento que menos contrata, que menos conseguiu gerar empregos.”
Os seis maiores bancos que operam no Brasil lucraram R$ 25,9 bilhões no primeiro semestre de 2011. Segundo análise feita pelo Dieese, esse valor representa um crescimento médio de 20%.