CineCUT faz homenagem ao Dia Internacional da Mulher

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“Seguiremos em marcha até que todas sejam livres!” Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, data de mobilização para reafirmar a história de lutas, resistência e enfrentamento feita por mulheres em todo o mundo, a primeira edição do CineCUT de 2011 exibe dois documentário que tratam do universo de luta feminino: Mudas Cinzas, e Depoimento de Elizabeth Teixeira. O projeto CineCUT Especial Dia da Mulher será realizado na sexta-feira, 11 de março, às 19h, e sua programação faz parte da ação em comemoração ao 08 de Março organizada pela Marcha Mundial das Mulheres em Sergipe.

De acordo com a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SE, Maria da Conceição Branco, o CineCUT Especial Dia da Mulher vêem atuar como fonte de conhecimento para toda a sociedade. “Além de homenagear as mulheres, o CineCUT dedicado ao Dia Internacional da Mulher promove formação às companheiras e aos companheiros que estarão presentes. Os dois curtas trazem  temáticas comportamentais diversas. Para nós, mulheres, o CineCUT  no dia 11 de março estará representando um espaço de debates, de troca de idéias, de vivências e de crescimento, conhecimento e evolução pessoal”, garantiu Conceição.

A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SE analisou que o dia 08 de Março significa um momento de luta por autonomia e igualdade para toda a sociedade e, principalmente e especialmente, para as mulheres. “Tudo começou em 08 de março de 1917, onde numa fábrica têxtil a maioria das mulheres entraram em greve, reivindicando igualdade de salários, redução de jornada e outros direitos. Diante da negativa dos patrões, 129 mulheres ocuparam a fábrica. O patrão fechou a fábrica, chamou a polícia e ateou fogo.  Em memória a essas mulheres o movimento operário passou a ser homenageado, é claro, com o passar do tempo, a luta tem se ampliado. Hoje lutamos pela igualdade de direitos entre homens e mulheres, o direito a terra, a documentação, saúde, habitação, educação creches em todos os municípios para as rurais e urbanas, mas precisamos exaltar duas lutas que foram tiradas como prioridade nos encontros da Marcha Mundial de Mulheres em Sergipe, que é a luta pelo combate à violência contra a mulher em nosso estado e a Marcha das Margaridas, que acontecerá em Brasília, em agosto, onde Sergipe estará participando com uma caravana de mulheres do campo e da cidade”, declarou Maria da Conceição.

Mudas Cinzas

Mudas Cinzas foi produzido pelo Grupo de Estudos sobre a Mulher (GEM) da Universidade Tiradentes. O filme mostra a diversidade da identidade feminina, bem como a diversidade das experiências das diferentes mulheres, não só no contexto sociológico, mas também poético. O documentário lançado em novembro de 2010 descrever o que as mulheres realmente fazem e pensam, ao invés de escutar o que os outros dizem que elas fazem e pensam. Mudas Cinzas foi dirigido por Renato Mariano, com roteiro de Jesana Batista Pereira e Patrícia Santos Silva. O nome do documentário: MUDAS CINZAS é o nome do poema inédito de Maria Lúcia Dal Farra, gentilmente cedido pela poetisa que o recita em seu depoimento e musicado por Joésia Ramos, que também o autoriza para o documentário.

Segundo a roteirista do documentário, Jesana Batista, o vídeo teve como foco mostrar a pluralidade e a singularidade de concepções acerca do que é ser Mulher. “Um dos desafios da contemporaneidade posto à compreensão das relações de gênero e para o pensamento feminista acadêmico se situa na complexidade das interações sociais onde todos os sujeitos, onde mulheres e homens, são muitas coisas ao mesmo tempo, tem múltiplas identidades. Diante da diversidade das experiências das diferentes mulheres, que é um fato, não só sociológico, mas também poético, queríamos descrever o que as mulheres realmente fazem e pensam, ao invés de escutar o que os outros dizem que elas fazem e pensam. Além do que, as mulheres escolhidas para os depoimentos representam diferentes formas de inserção social, profissional, diferentes trajetórias, escolarização, diferenças geracionais e étnicas, além de religiosas. É um manifesto contra a muda luta de muitas mulheres que foram silenciadas pela história escrita pelo crivo do patriarcalismo”, definiu.

Depoimento de Elizabeth Teixeira

O curta-metragem traz o depoimento de um dos símbolos nacionais da luta pelo direitos a vida da terra, a líder camponesa Elizabeth Teixeira. A viúva do fundador das Ligas Camponesas, João Pedro Teixeira, assassinado em 1962, faz um depoimento emocionante para mais de 15 mil pessoas no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, durante o 5° Congresso Nacional do MST.