Morreu no início da tarde desta quinta-feira (26) José Martins Ribeiro Nunes, conhecido como ‘Zé Peixe’, aos 85 anos. Ele atuava como guia de embarcações em Aracaju e se tornou uma figura lendária do Estado.
A família de ‘Zé Peixe’ disse que ele estava se sentindo fraco e foi levado pelo sobrinho para um hospital particular da capital sergipana.
“Foi tudo muito rápido, ele era muito saudável e dificilmente sentia algum mal estar. Ele estava reclamando de fraqueza, mas quando chegou ao hospital foi tarde, ele sofreu uma parada respiratória”, revela a sobrinha dele, Sandra Nunes.
O velório será realizado a partir do fim da tarde desta quinta-feira na Capitania dos Portos de Sergipe, localizada na avenida Ivo do Prado, 752, no bairro São José. Por muitas décadas, ‘Zé Peixe’ atuou conduzindo embarcações que entravam e saíam pelo Rio Sergipe.
O inusitado, em sua tarefa, se devia ao fato de ele dispensar a embarcação de apoio para transportá-lo do navio ao porto e vice-versa. Quando havia um navio necessitando entrar na barra do Rio Sergipe, ele nadava até o navio. Da mesma forma após conduzir o navio até fora do porto ele saltava e voltava para a terra nadando, às vezes durante quatro horas seguidas.
Homem simples
‘Zé Peixe’ nasceu em 5 de janeiro de 1927 e aos 14 anos começou na profissão de ‘prático com marinheiros’ da Capitania dos Portos de Sergipe. Ele se dedicou a esta atividade durante toda a vida e guiou várias embarcações.
A profissão ‘prático’ foi regulamentada com a chegada da Família Real no Brasil e passou a ser a ‘vida’ do sergipano. Ele era símbolo de maritimidade e orgulho naval nacional.
Com 1,60m de altura e pesando cerca de 50 kg, Zé Peixe era um homem de vida simples que amava o mar e o Rio Sergipe. Segundo informações da Capitania dos Portos, a desenvoltura do prático impressionava capitães do mundo inteiro, principalmente por ele continuar ativo mesmo com a idade avançada.
Ele gostava de desenhar caravelas e espalhar pela casa essas lembranças de um tempo onde todas as embarcações precisavam dele para entrar em Sergipe. Os navios mudaram bastante e mesmo com a alta tecnologia, os capitães de grandes navios precisam de práticos para ajudar a manobrar a embarcação.