Especialistas dizem que já é possível sentir o retrocesso na Educação Superior depois do golpe à presidente Dilma Rousseff e que a condição deve piorar ainda mais. O alerta foi feito na reunião temática dentro das atividades que precede o IV Encontro do Movimento Pedagógico Latino-Americano, em Actuall Hotel, em Belo Horizonte.
A comunicóloga Juliana de Souza, da Faculdade de Educação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) apresentou um retrato da universidade pública brasileira, com foco nos desafios e perspectivas.
Segundo ela, o ensino superior no Brasil conseguiu muitos avanços nos governos de Lula e Dilma. Ainda assim, apenas 23% das mulheres e 26% dos homens entre a população mais pobre consegue concluir o ensino superior. Enquanto entre os mais ricos o percentual passa 81% das mulheres e 86% dos homens.
Representantes do Proifes Federação também demonstraram preocupação com o atual momento vivido no país, considerando as medidas do governo ilegítimo que congelou o orçamento da União por 20 anos, que deve reduzir os investimentos públicos, congelar salários dos profissionais da educação, além do aumento na alíquota da previdência.
A reunião segue até o final da tarde com a participação do assessor da CNTE, Eduardo Ferreira, que vai apresentar os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional referentes à Educação Superior e o reflexo da Emenda Constitucional 95, que vai reduzir os investimentos das políticas sociais e que vai provocar diminuição de vagas nas universidades públicas e institutos federais. Ao final será elaborada um plano de ações conjuntas e recomendações para a área.