O 16° Grito dos Excluídos traz como lema o seguinte questionamento: Onde estão nossos direitos? Vamos às ruas para construir um projeto popular! O 7 de setembro, dia da Pátria, é também dia em que o estado brasileiro promove nos estados, distrito federal e municípios desfiles cívicos em comemoração da independência do Brasil. É exatamente na contramão dessa festa tradicional que o Grito caminha há 15 anos.
A articulação do Grito dá-se de forma popular. Foi iniciada através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e logo acompanhada por demais entidades, movimentos e pastorais sociais. O objetivo é expor as contradições do sistema capitalista e as desigualdades que assolam o nosso país, denunciando assim a política da miséria que é sustentada pelo estado brasileiro e que tem seus sintomas visíveis na fome, na violência, na pobreza, no desemprego, na desumanização de mulheres e homens.
Em Sergipe a manifestação acontecerá nesta terça (7), às 10 horas, com concentração às 9 da manhã na Praça da Catedral – Centro de Aracaju. Diversos movimentos sociais como Consulta Popular, MST, MOTU, sindicatos, entidades estudantis, CUT participarão do Grito dos Excluídos. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (SINTESE) também fará coro com os diversos atores sociais na luta por justiça social, pela reforma agrária, pelo fim da violência, dentre tantas outras reivindicações.
Para Roberto Silva, diretor do Dep. de Assuntos da Base Estadual do Sindicato, o momento serve também para colocar em evidência as lutas pela regulamentação da gestão democrática na rede pública estadual, pela garantia do programa de inclusão digital (PROID) e pelo fim dos pacotes educacionais, que precarizam o aprendizado das crianças e retira a autonomia dos educadores.
Reflexão, essa é ideia central que o movimento pretende repercutir. A caminhada será marcada pelos que acreditam que é preciso criar poder popular, para que seja alcançada a soberania do povo e, somente assim, a nossa verdadeira independência.
“Você pensa, você acha, você sente que viemos aqui para tanta coisa, que é até impossível enumerar. Mas como você reagiria se disséssemos que estamos aqui para gritar? Porque o grito é a nossa forma de nos expressar. E gritamos como um grupo cujo destino é animar a todos e todas que fazem o grito soar, para a vida estar em primeiro lugar” (trecho do texto coletivo Por que estamos aqui?).