Pelo reconhecimento de sua luta em defesa dos direitos dos trabalhadores da educação e da população em geral, o SINTESE irá receber na noite desta terça-feira, 17, o Prêmio Sergipe de Direitos Humanos. A homenagem acontece durante a abertura do Seminário Nacional de Direitos Humanos e Juventude, no Teatro Atheneu, às 19h. Na ocasião, outros seis homenageados também receberão o prêmio.
Evento
Organizado em Sergipe pelo Instituto Braço, o Seminário Nacional de Direitos Humanos, começa na noite terça, 17, com entrega dos prêmios e conferência com o professor Dr. Roberto da Silva (USP), e segue até o dia 20 com palestras de especialistas de todo o país. Entre os dias 18 e 20 o evento acontece no auditório da Sociedade Semear, localizado na Rua Vila Cristina, 148, São José. A programação do Seminário conta com minicursos, sessões de comunicação científica (apresentação de artigos) e mesas temáticas.
Conheça os homenageados
Irmã Diva Lopes – Representante da Pastoral do Menor no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, a Irmã Diva sempre pautou os problemas enfrentados pelos adolescentes em cumprimento de medidas de privação de liberdade. Sua atuação também é marcante na comunidade Piabeta, em N. Sra. do Socorro, onde incentiva os jovens a se organizarem com o intuito de buscar soluções para os problemas da falta de escolarização, de formação profissional e de participação.
Ivânia Pereira (UBM – União Brasileira de Mulheres) – O estado de Sergipe conhece a garra e o compromisso de Ivânia com a classe trabalhadora brasileira e sergipana. Ivânia tem também um papel protagonista na luta em defesa dos direitos da mulher. Em 2001, a UBM, conduzida por Ivânia, criou a Casa Núbia Marques, para abrigar mulheres vítimas da violência doméstica e seus filhos. Desenvolveu a Campanha “Em Briga de Marido e Mulher Queremos Meter a Colher”, como uma forma de tirar o véu que encobre a violência contra a mulher em Sergipe e no Brasil.
Marcelo Lima (ADHONS – Associação de Defesa Homossexual de Sergipe) – Presidente da ADHONS, Marcelo Lima, tem empunhado com coragem e sacrifícios pessoais a bandeira da liberdade sexual, do direito a sexualidade, da relação homoafetiva e do respeito às diferentes orientações sexuais. Numa sociedade de fortes tradições conservadoras, machista e heteronormativa, Marcelo travou, por vezes sozinho, difíceis batalhas. A ADHONS já foi convidada a se retirar de inúmeros imóveis que ocupava na condição de alugados, cujos pagamentos Marcelo os garantia com vendas de seu livro Homossexual, Educador e o Preconceito nas Escolas. Mesmo com todas as adversidades, Marcelo continua firme na luta pela diversidade, sendo uma referência em Sergipe na luta LGBT.
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) – Ao longo das três últimas décadas, o MST tem se constituído como um dos movimentos sociais mais incisivos da América Latina, pautando a questão da democratização do acesso à terra. Lutando pelos princípios da função social da terra, o MST tem incidido na agenda política brasileira, abrindo diversas frentes de luta que resultaram na ampliação dos direitos, principalmente, das pessoas e comunidades da zona rural, dos homens e mulheres do campo do Brasil e de Sergipe.
Padre Isaías (Coordenador da Cáritas Diocesana de Propriá/SE) – Coordenador da Cáritas Diocesana de Propriá, e atuando na região do Baixo São Francisco, Padre Isaías tem travado grandes e desafiantes combates em defesa das pessoas e comunidades empobrecidas. Desde a luta pela desapropriação da fazenda Santana dos Frades, a organização da comunidade do Mocambo, a primeira comunidade reconhecida como remanescente de quilombos em Sergipe, até as batalhas mais recentes junto às comunidades do território de Brejão dos Negros, o Padre Isaías estava e está presente, ensinando as pessoas a levantarem a cabeça e elevar as suas vozes.
SINTESE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe) – Sindicalismo classista. Eis a marca impregnada no SINTESE. Uma entidade sindical que se credenciou na luta pelo direito humano à educação de qualidade. Por uma educação que inclua aqueles que historicamente não foram convidados a sentarem nos bancos escolares. A luta pela valorização da carreira do magistério em qualquer recanto do estado de Sergipe tem a organização e a perspectiva política dos dirigentes do SINTESE, que não medem esforços para estarem presentes em qualquer município sergipano. No entanto, mesmo sendo uma entidade sindical, a intervenção do SINTESE não se basta nas assembleias da categoria, nas vigílias, nos atos públicos, nas caminhadas e manifestações de rua. Este sindicato atua na formação dos professores através das reconhecidas Paradas ou Oficinas Pedagógicas e na organização de outros eventos formativos. O SINTESE atua nos diversos conselhos de políticas públicas, contribuindo com proposições que ampliam os pilares da democracia e da efetividade dos direitos. Além disso, tem se solidarizado com a luta dos povos por liberdade e autonomia sem esquecer a sua função primeira, que é a organização dos professores, que em sua grande totalidade se reconhece bem representado por sua Entidade Sindical.
VALDÊNIA PAULINO – Militante e organizadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Dom Oscar Romero – CDDHOR na Paraíba. Pessoa reconhecida no Brasil e no exterior por sua postura firma de denúncia da violência institucional que vitima a juventude brasileira, teve seu papel reconhecido quando foi indicada como Ouvidora de Polícia do Estado da Paraíba, a primeira experiência no Brasil em que a instituição policial tem uma ouvidora externa, uma digna representante da sociedade civil. Como expressão do seu compromisso pela realização dos direitos humanos e sua intervenção qualificada na instituição policial, suas iniciativas causaram descontentamento e estes se transformaram em ameaças contínuas à sua integridade física e à sua vida.
Com informações da Ascom do Instituto Braços