O Dia Internacional da Mulher será especial não só para as professoras, mas
para todos os professores sergipanos. O SINTESE lança oficialmente às 20h, no Teatro Tobias Barreto o filme “Carregadoras de Sonhos”.
O lançamento do filme para um público de aproximadamente 1500 pessoas é o ápice de um trabalho de dois anos realizado pelo sindicato. As protagonistas do filme as professoras: Marta, Maraísa, Rose e Edielma vão mostrar para os espectadores a vida real dos educadores da rede pública de Sergipe.
“O objetivo principal do Carregadoras de Sonhos é suscitar o debate amplo sobre a educação pública. O professor de qualquer lugar do Brasil e do mundo irá se reconhecer nas estórias das quatro protagonistas” disse o presidente do SINTESE, Joel Almeida.
Para Wilson Góes da WG Produções, que co-produziu o filme, o “Carregadoras de Sonhos” foi um desafio. “Quando Fiúza me trouxe o roteiro eu, sinceramente, não levei muita fé, mas depois no decorrer da produção fomos nos envolvendo com o filme, com as estórias de vida, não só das professoras, mas dos alunos, das famílias”, disse.
Para a professora da Unicamp, Corinta Geraldi, o filme será “um grande marco na história do embate cultural e político dos trabalhadores da educação, como também como produção de uma obra de arte que trará a questão da vida das professoras para o epicentro dos debates, a partir de uma ótica humana, cotidiana, com leveza e a profundidade que só uma obra de qualidade pode fazer”, comentou.
Além da co-produção da WG Produções o filme não teria sido realizado sem a colaboração dos mandatos do deputado federal Iran Barbosa e da deputada estadual Ana Lúcia. O Banco do Estado de Sergipe também colaborou com esse projeto genuinamente sergipano.
As estórias
O filme narra o dia-a-dia das quatro professoras e mostra suas lutas, suas dificuldades e a perseverança em continuar no magistério. A saúde do trabalhador, o transporte público e a estrutura das escolas públicas são alguns dos vários temas trtados no filme. A produção também nos leva a questionar a escola pública que nós temos e a escola pública que queremos. “O filme não nos mostra apenas como profissionais, mas também como mulher, mães e filhas”, disse a professora Edielma dos Santos.
Mesmo com a grande dedicação mostrada pelas professoras no seu dia-a-dia elas têm clareza que o magistério não é um sacerdócio. “É preciso acabar com esta idéia de que magistério é sacerdócio, com essa mania de ver histórias como as nossas e dizer ‘quando quer, faz’. Isso é injusto. Professor precisa ganhar bem, precisa ter qualidade de vida, precisa continuar estudando”, disse Marta Passos.
Convidados
Além de professores dos 75 municípios sergipanos, vão prestigiar o lançamento do filme grandes nomes da intelectualidade brasileira. Estão confirmados o jornalista e professor da USP, José Arbex Jr; os professores Virgínia Fontes, Ana Aragão, André Martins, Valter Pomar, secretário de relações internacionais do PT, Daniel Cara, da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Alípio Freire, Heloisa Helena Tourinho Monteiro, Regina Leite Garcia, além de jornalistas das revistas Fórum, Caros Amigos e do jornal Brasil de Fato que farão matérias especiais sobre o lançamento e também sobre a Educação sergipana.
O diretor
Deivisson Fiúza é cineasta e jornalista baiano, que antes do “Carregadoras de Sonhos” também filmou “Casa de Anjo”, que trata dos meninos de rua de Salvador. Para Fiúza produzir, roteirizar e dirigir o filme foi um grande aprendizado. “Fiquei impressionado com o grau de formação política das educadoras e isso é graças ao trabalho do sindicato em sempre levar o debate para além da sala de aula”, disse.