A publicação de seis livros pela Editora do Diário Oficial do Estado de Sergipe coloca o Estado numa condição privilegiada para publicar obras literários e científicas capazes de dinamizar o acesso a leitura entre a população. Criada há pouco mais de um ano, a editora já tem uma reprodução de cerca de sete mil exemplares, que hoje estão disponibilizados em bibliotecas, livrarias e repartições públicas de todo o estado. “A Editora é um projeto do Governo do Estado que tem por objetivo básico ser um escoadouro da produção intelectual dos sergipanos. Essa produção se refere a diversas áreas no campo da inteligência, da produção de textos; não só de textos que estão sendo produzidos, como a produzir”, coloca o diretor-presidente da Segrase, Luiz Eduardo Oliva.
Os investimentos na melhoria dos equipamentos utilizados na preparação dos livros através da aquisição novas máquinas da Editora do Estado garante desde a pré-impressão até os acabamentos. O destaque fica por conta da aquisição do equipamento com tecnologia CtP (Computer-to-Plate), capaz de conferir maior rapidez e qualidade ao trabalho final de registro e impressão. “O equipamento já está instalado só aguardando chegar o software correto”, destaca Eduardo Oliva, lembrando que a atual gestão do poder público estadual já investiu cerca de R$ 1,7 milhão no parque gráfico da Segrase. O diretor-presidente da Segrase, lembra ainda que, além dos livros, a Editora também tem publicado periódicos como as revistas da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Academia Sergipana de Letras (ASL).
Uma novidade é que em curto prazo será montado o conselho Editorial que dará pareceres acerca dos textos cujos autores tenham interesse em publicar através da Editora Diário Oficial. Para estimular a produção e dar oportunidade a mais escritores sergipanos, a Segrase ampliou o universo de categorias contempladas pelo Edital de Obras Literárias ao assinar no dia 9 de fevereiro de 2010 um Termo de Cooperação Técnica com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e o Banese. Dessa forma, o Edital para publicação de livros com relevante contribuição cultural passou a abranger as categorias Poesia, Conto, Romance, Crônica, Literatura Infanto-Juvenil e Livros Técnico Científicos – antes eram apenas Poesia e Conto.
“Graças à Editora estamos podendo apresentar figuras que muito dificilmente teriam oportunidade. Não é simplesmente um exercício de publicação, impressão da obra. Agora estamos editando, trabalhando capa, formato do livro, fonte, distribuindo e fazendo divulgação”, ressalta Antônio Bittencourt.
Os últimos livros impressos pela Editora Diário Oficial tiveram uma tiragem de mil exemplares. Destes, 20% ficaram com o autor, 100 foram distribuídos na divulgação, outros 100 nas bibliotecas do Estado e a mesma quantidade em instituições públicas de todo o país. “Os 500 restantes estão sendo comercializados a R$ 20, mas nosso objetivo não é ter lucro. Os recursos que entram, nós estamos abrindo uma conta oficial para que sejam reaplicados em novos livros. Com isso cumprimos o papel do Estado, de fomentação da Cultura”, explica Oliva.
Um dos pontos de comercialização utilizados fica justamente na livraria instalada no Palácio-Museu Olímpio Campos. “É um entreposto de divulgação de nossos produtos. Lá nós temos prioritariamente obras de autores sergipanos”, informa o diretor-presidente da Segrase.
Ao menos mais quatro livros já estão prestes a serem lançados pela Editora. Um é o ‘Microcontos’, do jornalista Célio Nunes; outro é sobre Epifâneo Dórea, organizado pela professora Gizelda Moraes; há ainda o Hinário Sergipano, reunindo os hinos que de um modo geral têm a ver com Sergipe; e um quarto sobre a história de Lampião.
A Secretaria de Estado da Educação precisa utilizar esse importante instrumento público para viabilizar publicações de obras acadêmicas, literárias e revistas pedagógicas como meios para viabilizar a formação continuada dos professores. Na Venezuela, por exemplo, o Estado publica obras e distribui para professores, estudantes e pais como instrumento de garantir o acesso da sociedade a um bem cultural indispensável para a formação intelectual de um povo.
A constituição do parque gráfico da Editora Diário Oficial é um caminho para que nossos educadores possam ter acesso a obras que os possibilitem ler textos de estudiosos da educação como: Paulo Freire, Moacir Gadotti, Gaudêncio Frigotto, Emília Ferreiro, Piaget entre outros pensadores. Além da legislação educacional e obras específicas dos componentes curriculares existentes nos currículos escolares, bem como revistas e obras literárias.
Além disso, a parceria com Universidade Federal de Sergipe poderá fazer chegar aos professores as produções da academia como livros, revistas e teses de mestrado e doutorado produzidos por aquele instituição de ensino superior. O grande debate que tem sido feito, há muito tempo, é como a produção universitária pode chegar à sociedade. Com a Editora Diário Oficial isso poderá ser viabilizado numa parceria SEED/UFS, fazendo chegar na escola o conhecimento produzido pelos nossos cientistas para que professores e alunos possam debater, construir e desconstruir os conhecimentos produzidos.
Utilizar um instrumento como esse é fundamental e necessário para qualificar o trabalho dos professores, bem como iniciar em nosso Estado um processo de formação desses profissionais que sempre foi negligenciado pelos gestores públicos. Cabe a Secretaria de Estado da Educação como responsável em garantir a formação continuada dos educadores assumir essa tarefa de protagonista de um processo que somente qualificará a educação pública dos sergipanos e a formação intelectual de seus educadores.
Com informações da Agência Sergipe de Notícias.