“Queremos uma escola, queremos uma escola”, essa foi a palavra de ordem que os estudantes do Colégio Estadual Irmã Maria Clemência entoaram pelas ruas de Capela nesta segunda-feira, 11, dia do estudante. Junto aos professores eles exigiram melhores condições físicas, material didático, professores e funcionários para a escola.
Nas últimas semanas a situação, que já estava ruim no prédio, ficou pior. Com as chuvas várias salas ficaram alagadas impossibilitando o processo de ensino e aprendizado. A escola sofre também com a falta de professores (inglês e matemática) e só há uma merendeira e um executor de serviços básicos para atender aos três turnos.
A biblioteca não funciona, pois está com várias infiltrações e os alunos têm receio do teto desabar. A sala de informática também não é usada por problemas elétricos. Se não for por uma cotização entre professores e alunos não há condição de aplicar as provas, pois não há papel suficiente e máquina para tirar as fotocópias está quebrada.
Aos fundos da sala onde os estudantes do sétimo ano têm aula há um matagal que já proporcionou momentos de terror, pois por duas cobras adentraram a sala de aula. Como não há quadra na escola, as atividades físicas são feitas na praça localizada em frente a escola e esta que tem boa parte revestida por pedras portuguesas não oferece segurança aos estudantes e dificulta o trabalho dos docentes.
“Por várias vezes minha filha chegou em casa reclamando da situação da escola, como trabalho o dia todo solicitei que ela tirasse fotos e me mostrasse. O que vi me deixou muito preocupada, pois quero uma educação de qualidade para minha filha e a estrutura física da escola não proporciona isso”, disse Cristina Silva Santos, mãe de Agnédia que estuda o oitavo ano.
Audiência
Após o ato, uma comissão de estudantes, professores e a mãe de uma aluna vieram a Aracaju com o intuito de ser recebida pela secretária de Estado da Educação, Hortência Araújo.
A gestora da educação estadual recebeu a comissão, que foi acompanhada pela diretora do Departamento de Base Estadual do SINTESE, Cláudia Oliveira.
O professor Jailson Correia, que é professor da escola e coordenador geral da sub-sede Vale do Cotinguiba do SINTESE, colocou para a secretária toda a problemática vivida pela escola. “Atualmente podemos dizer que estudantes, professores e funcionários estão submetidos a condições sub-humanas no prédio em que funciona a escola”, apontou.
A representante dos discentes no Conselho Escolar, Adilaine Paixão dos Anjos colocou para a secretária que membros da equipe de engenharia já tinham visitado a escola e feito reparos, mas eles não foram suficientes. “Informaram-nos que foram feitos reparos na escola, mas parece que nada foi feito porque os problemas continuam, não podemos mais ficar desse jeito”, disse.
Na audiência outros estudantes também reclamaram da condição da biblioteca e da sala de informática.
O que a secretária garantiu
O professor Jailson aproveitou a ocasião para convidar a secretária para que visitasse a escola e observasse o problema de perto. Hortência Araújo garantiu que provavelmente irá fazer uma visita a escola no próximo dia 19.
Disse conhecia os problema da escola e que tinha solicitado que membros do setor de manutenção visitassem a escola a partir desta terça-feira, 12, para que se comece a fazer os reparos na estrutura. Ela disse também que devido ao fato do prédio ser alugado não teria condição de fazer uma reforma.
Essa declaração suscitou a declaração da representante dos estudantes de a Secretaria de Estado da Educação busque construir um prédio próprio para a escola. A secretária disse que irá estudar a questão junto à Assessoria de Planejamento.
Além das questões de estrutura física, Hortência Araújo garantiu também que técnicos do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional – DASE irão a escola para organizar a biblioteca. Situação semelhante com a sala de informática da escola que receberá a visita de técnicos da Coordenação de Informática – CODIN com intuito de solucionar os problemas não só da sala, mas também da máquina de xerox.
“Esperamos que a secretária de Educação priorize a resolução dos problemas do Colégio Estadual Irmã Maria Clemência o mais rápido possível, pois as dificuldades estruturais e pedagógicas causam um prejuízo irrecuperável aos estudantes. E que a proposta da construção e um novo prédio seja aceita”, aponta Cláudia Oliveira.