No 51º dia de greve dos educadores da rede estadual, o SINTESE realizou mais um ato público em frente ao Palácio de Despachos e como já é tradição do sindicato a criatividade deu o tom. Os educadores realizaram o Forró dos Sem – Sem Piso, Sem Reajuste e Sem Carreira. “Esse é um ato dos professores que estão sem reajuste, sem piso e sem carreira e agora até sem justiça”, disse o diretor de Comunicação do SINTESE, Joel Almeida.
A fala do diretor se refere a divulgação da liminar concedida pelo Tribunal de Justiça decretando a greve dos professores iniciada dia 16 de abril como ilegal. Como o sindicato ainda não foi notificado a programação de luta decidida na assembleia do dia 01, então os educadores levaram sua indignação com o posicionamento do Poder Judiciário, mas também a sua alegria.
Antes de começar o forró, um grupo de professores fez colagem de adesivos em um dos cruzamentos entre as avenidas Adélia Franco e Marieta Leite. “Nós levamos mil adesivos e voltamos com pouco mais de 100, a sociedade sergipana apoia e compreende a luta dos professores”, disse Roberto Silva dos Santos, diretor do Departamento de Base Estadual do SINTESE.
Solidariedade
Os professores receberam a solidariedade dos trabalhadores do Fisco em Sergipe. Membros da direção do SINDIFISCO estiveram no ato e falaram sobre a falta de política do atual governo em relação ao aumento de receitas. “O governo anuncia que em abril a receita subiu 19% se existisse uma política séria de arrecadação e os trabalhadores do Fisco tivessem condições de trabalho, com certeza Marcelo Déda não estaria com falta de recursos”, aponta Abílio Batista, presidente do SINDIFISCO.
Ele contou que esse aumento de receita tem acontecido pela competência e boa vontade dos servidores da Secretaria da Fazenda. A deputada Ana Lúcia também esteve presente ao ato e levou o seu apoio aos professores.
Comidas Típicas e Quadrilha
Como em todo arraial (mesmo improvisado) não podem faltar comidas típicas e também uma quadrilha junina. Ao som de muito forró e de outras músicas que se tornaram sucesso nessa greve, (as paródias “Traíra” e “Reza”). Ao almoço foi “regado” a muito baião de dois e no lanche da tarde foi servido um delicioso mungunzá.
“A assembleia de quarta-feira definirá os destinos dos educadores da rede estadual. Podemos até voltar as aulas, mas não vamos deixar morrer a luta pelo reajuste que nos é de direito, pois muitos companheiros perderam até a vida para nós tivéssemos a lei do piso e pudéssemos ser valorizados”, disse Joel.
Também está mantida a assembleia marcada para esta quarta-feira (06) às 15h no Instituto Histórico e Geográfico.