Marcha da Consciência Negra reuniu diversas entidades no Centro de Aracaju

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‘Unidos na diversidade, celebramos a igualdade. Contra o genocídio do povo negro’. Foi com este lema que a Marcha da Consciência Negra reuniu, no último sábado, dia 18 de novembro, a sociedade sergipana, representada por entidades trabalhistas, movimentos sociais, estudantis e culturais.

A Marcha foi construída pelo Fórum de Organizações Negras de Sergipe (Fórum Negro), junto com a Central Única dos Trabalhadores em Sergipe (CUT Sergipe), o SINTESE e outros sindicatos e entidades. O Fórum reúne diversas entidades, como o Movimento Negro Unificado em Sergipe (MNU), a União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), Rede de Mulheres Negras de Sergipe, entre outras.

O ato aconteceu pelo Dia da Consciência Negra. “Como neste ano o dia 20 cai numa segunda e não será feriado, decidimos realizar a Marcha hoje [dia 18] para mobilizar o máximo de pessoas”, disse professora Arlete Silva, dirigente do SINTESE e coordenadora do Movimento Negro Unificado em Sergipe (MNU).

A concentração da Marcha foi na Catedral Metropolitana de Aracaju, onde aconteceu um ato interreligioso e cultural, com falas de representantes de diversas denominações religiosas em defesa do povo negro e do povo palestino e apresentações de grupos de capoeira e batalha de rima, como forma de mostrar a diversidade da cultura negra.

Ao longo da caminhada, as falas trouxeram palavras de ordem sempre gritadas pelo movimento negro, que são contra a violência institucional e policial, a privatização de serviços públicos, a falta de empregos e oportunidades.

“O intuito é denunciar o racismo, o preconceito, o genocídio da população negra. Nossos jovens estão morrendo. E precisamos juntar as pautas também, trazer a bandeira contra a privatização da água, da saúde, da educação, entre outras, pois todas se entrelaçam e atingem justamente a população negra”, destacou Arlete.

“É a luta do povo preto, do povo excluído, que mora na periferia, que sofre o genocídio. Esta é a caminhada da conscientização, pois precisamos não só do povo negro nessa luta. Precisamos também da conscientização e da compreensão das pessoas brancas para o fim do preconceito e do genocídio”, conclamou o professor Roberto Amorim, dirigente do SINTESE e também membro do MNU.

A caminhada seguiu pelas ruas do Centro de Aracaju e do bairro Getúlio Vargas, encerrando na comunidade da Maloca, o segundo quilombo oficialmente reconhecido no Brasil. “Encerrar num quilombo foi muito significativo, pois é um símbolo de resistência. E o povo negro de Sergipe vai continuar resistindo, assim com resistiu Zumbi dos Palmares. Sigamos firmes até o fim do racismo”, disse o professor Joel Almeida, secretário geral do SINTESE.