O modelo de ensino médio em tempo integral que a SEED está impondo às escolas da rede estadual é excludente tanto para estudantes quanto para professores
Em encontro realizado nesta quarta, 05, no auditório do SINTESE professoras e professores de escolas que fazem parte da lista divulgada pelo MEC e também das escolas que rejeitaram o usado para implantar, a qualquer custo, o Ensino Médio em Tempo Integral em 26 escolas da rede estadual.
O caso mais emblemático é o do Colégio Estadual Murilo Braga. A comunidade escolar da unidade de ensino localizada em Itabaiana já tinha feito o debate amplo entre todos os seguimentos (professores, funcionários, estudantes, pais) e rejeitaram o modelo imposto pela SEED, mas qual não foi a surpresa descobrir que a escola está entre as 26 que o Ministério da Educação anunciou que funcionarão com o Ensino Médio em Tempo Integral em 2017.
“A SEED insiste em implantar um modelo que não considera a vida dos estudantes e dos professores e professoras e não tem nenhum pudor em desconsiderar as deliberações das comunidades escolares como é o caso recente do Colégio Estadual Murilo Braga. Onde a comunidade escolar só toma conhecimento do fato quando uma lista é divulgada pelo Ministério da Educação. Essa política só demonstra para nós que a SEED não tem a mínima preocupação com a vida dos estudantes e dos docentes”, aponta a presidenta Ivonete Cruz.
Questões não respondidas
No encontro também foi colocado que a SEED não respondeu de forma objetiva aos questionamentos feitos em audiência no Ministério Público sobre qual o destino dos estudantes do ensino fundamental das unidades de ensino escolhidas e como ficará a situação dos estudantes de ensino médio que não se adequarem ao modelo de ensino integral imposto. Como ficará a vida dos professores que não puderem ficar nas escolas também não explicada.
“Na audiência no Ministério Público a SEED apresentou um mapa listando escolas onde os estudantes poderiam ir. Mas fazendo uma análise percebe-se que ele não se aplica, diversas escolas que estão na lista não têm vagas”, aponta Roberto Silva dos Santos, vice-presidente do SINTESE.
Outro ponto que não foi explicitado pela SEED é: onde os estudantes serão alocados, pois as unidades escolares passarão por reformas, inclusive foi informado que 90% dos recursos que chegaram para a implantação da modalidade será utilizado nas reformas, mas enquanto essas reformas acontecem onde acontecerão as aulas?
“Reafirmamos que a nossa crítica e resistência não é ao Ensino Médio em Tempo Integral, mas sim ao método utilizado pela SEED para a sua implantação que desconsidera as decisões das escolas e a vida de professores e estudantes, por isso continuaremos na luta e na resistência”, finaliza Ivonete.