Diante da baixa qualidade e por não atender as reais necessidades pedagógicas, professoras e professores do Centro de Excelência Professor João Costa, em Aracaju, elaboraram documento, uma declaração em formato de abaixo assinado, que foi entregue ao diretor da instituição de ensino, no qual a se recusam a aceitar os tablets oferecidos pelo Governo do Estado como forma de auxílio tecnológico.
No documento as professoras e professores levantaram quatro pontos que justificam e que dão fundamentação a recusa. São:
1. Baixa qualidade técnica dos equipamentos – os tablets apresentam capacidade de processamento limitada, baixo desempenho de memória e armazenamento insuficiente, o que compromete a execução de softwares educacionais, aplicativos de gestão de aulas e ferramentas interativas essenciais ao processo de ensino-aprendizagem.
2. Incompatibilidade com as demandas pedagógicas – os dispositivos não suportam o uso de plataformas digitais frequentemente utilizadas pelos professores, tais como videoconferências, programas de simulação e recursos multimídia necessários às práticas pedagógicas modernas.
3. Fragilidade estrutural e durabilidade reduzida – constatou-se que o material é frágil e pouco resistente ao uso contínuo em sala de aula, tornando-se inadequado para o ambiente escolar.
4. Desalinhamento com as necessidades dos professores – os docentes demandam ferramentas tecnológicas robustas, como notebooks de alta capacidade, que permitam:
– Preparação e edição de aulas com softwares de maior processamento;
– Preparação de materiais, atividades e provas que exige organização, acesso a diferentes recursos e constante atualização;
– Armazenamento e compartilhamento de materiais pedagógicos em diversos formatos;
– Utilização de recursos multimídia (áudio, vídeo e realidade aumentada) de forma eficiente;
– Acesso rápido e estável a plataformas de videoconferência e ensino remoto.
Auxílio tecnológico
Entre as pautas de luta do magistério da Rede Estadual está a retomada do auxílio internet e do auxílio tecnológico pelo Governo do Estado.
Em audiência com o SINTESE, em março deste ano, o governador, Fábio Mitidieri, apresentou a proposta de fazer a entrega para as professoras e professor da Rede Estadual, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), de tablets como forma de atender a pauta do auxílio tecnológico. Foi colocado que os tablets seriam do mesmo modelo dos que foram entregues aos estudantes.
A proposta foi recusada em assembleia pela categoria. As professoras e professores fizeram diversas críticas sobre a baixa qualidade dos tablets que foram entregues aos estudantes.
“O argumento das professoras e professores do João Costa é real, é fundamentado, eles de fato, por verem uso dos estudantes, sabem da má qualidade dos equipamentos. A memória e o funcionamento dos tablets são muito ruins. Inclusive, isso já tem gerando uma reação negativa dos próprios estudantes em relação à qualidade do equipamento. Ao insistir na entrega desses tablets, o Governo do Estado, além de desconsiderar a autonomia docente, oferece um equipamento tecnicamente limitado para nossas demandas profissionais. O SINTESE apoio e parabeniza a ação das professoras e professores do João Costa”, coloca o presidente do SINTESE. professor Roberto Silva.
A categoria defende que o auxílio tecnológico deve ser assegurado em dinheiro, no valor de R$ 8 mil, os quais as professoras e professores farão prestação de contas junto a Seed.