Os professores da rede estadual, em Propriá, farão, neste sábado, 30, na feira do município, às 9h, ato para dialogar com a população sobre os motivos que levaram a categoria a deflagrar greve no último dia 18 de maio. Os professores lutam por valorização profissional, condições dignas de trabalho e educação de qualidade social.
A realidade das escolas da rede estadual de Propriá não é diferente das demais escolas espalhadas por Sergipe. Os prédios que abrigam as unidades de ensino estão em condições precárias; faltam merendeiras, executores de serviços básicos, auxiliares administrativos e vigilantes; a alimentação escolar é de má qualidade e faltam materiais didáticos e pedagógicos, o que prejudica o processo de aprendizagem dos estudantes.
O governo desrespeita o direito dos professores da rede estadual e não cumpri a Lei do Piso Salarial do Magistério, que deve ser reajustado, conforme determina a Lei Federal 11.738/2008, anualmente sempre no mês de janeiro. O reajuste do piso para 2015 ficou estabelecido em 13,01%. Em Sergipe somente professores de nível médio receberam o reajuste do piso salarial em 2015. Isso significa dizer que, dos quase 12 mil professores da rede estadual, apenas 40, que estão na ativa, tiveram o direito de receber o reajuste do piso.
O Piso Salarial do Magistério é um direito assegurado a todos os professores da rede pública do Brasil. O piso deve ser pago, dentro da carreira, tanto para os professores que têm nível médio como para os com nível superior e pós-graduados.
Para a presidente do SINTESE, Ângela Maria de Melo, a única coisa que tem de sobra nas escolas da rede estadual é a falta de respeito e valorização a professores, estudantes e funcionários.
“Para nós, professores, o governo nega um direito assegurado por Lei e para os nossos estudantes o governo nega educação de qualidade. Não há como fechar os olhas para a realidade degradante a qual o governo do estado submente nossas crianças, adolescente e jovens. Estamos em escolas caindo aos pedaços, que são sujas, que não tem alimentação escolar, que faltam professores, que os banheiros mais parecem depósitos fétidos de doenças. Qual estímulos nossos estudantes têm de ir para um espaço como este? Não há condição de ensino e aprendizagem. Até quando vamos aceitar que os filhos e filhas de trabalhadores sejam tratados como lixo?”, indaga a presidente do SINTESE.