A superintendente executiva da Secretaria de Estado da Educação – SEED, Marieta Barbosa Oliveira garantiu que toda a estrutura do órgão será disponibilizada para aqueles que tiverem problemas em realizar a matrícula online na rede estadual.
O compromisso foi firmado em audiência no Ministério Público Estadual de Sergipe – MPE. O órgão fiscalizador solicitou a presença da SEED para esclarecer dúvidas e também apresentar soluções para os diversos problemas apresentados no processo de matrícula relatados por pais, mães, responsáveis e também pela representação do SINTESE.
Problemas no processo
Lentidão no processo, não conclusão da matrícula, falta de vagas, escolas que não constam no sistema, além de informações desencontradas com relação ao número de vagas fizeram parte do rol de reclamações que chegaram ao SINTESE.
Débora Paes tem uma filha de 12 anos e tentou várias vezes matricular a adolescente na Escola Estadual Valnir Chagas em Aracaju e não conseguiu. Tentou suporte online, ligou e chegou ao ponto de ir à Diretoria de Educação de Aracaju – DEA.
“Trabalho no horário comercial e tive que praticamente sair correndo no meu horário de almoço, pois o atendimento da DEA é até às 13h e retorna às 15h, deixei os dados para a matrícula e de contato, quando me retornaram disseram que só podia matriculá-la no turno da tarde, sendo que eu queria no turno da manhã. Resolvi ligar para a escola e descubro que existe vaga pela manhã, mas que não estava no sistema. Foi extremamente complicado”, disse a assistente administrativa. Na avaliação do sindicato o que poderia ter sido resolvido na escola, acabou se tornando quase uma via crúcis.
Outra constante reclamação e que preocupou muito o sindicato é que os pais estão sendo instruídos a procurarem lan houses para terem acesso ao sistema e há informações de que esses estabelecimentos estão cobrando entre R$10 e R$30 para tal. Para o sindicato criou-se uma situação surreal, do tempo em que se pagavam pessoas para ficarem em filas para a vaga ser assegurada, agora pagam-se lan houses.
Reclamações chegaram do município de Boquim onde os alunos das escolas municipais que concluíram o ensino fundamental também não estão conseguindo realizar as matrículas. Também foram relatados problemas com alunos que estão em situação de distorção idade-série que não estavam conseguindo matricular-se.
“São por estes e outros problemas é que sugerimos a secretaria que neste ano de 2016 acontecesse um período de transição, onde as matrículas também se realizariam na forma presencial até que o sistema fosse depurado e alcançasse o seu melhor desempenho”, aponta o diretor de Comunicação do SINTESE, Joel Almeida.
A direção do SINTESE não é contrária ao processo de matrícula online, mas entende que em 2016 deveria ser um ano de transição, onde os dois processos funcionariam concomitantemente. Vale ressaltar também que o sindicato em nenhum momento foi chamado formalmente pela SEED para debater o assunto.
Pra evitar surpresas
Para o SINTESE, o resultado desse processo de matrícula é imprevisível, pois com tantos problemas que estão sendo apresentados, a SEED pode ter uma surpresa desagradável no final do período, com a queda da matrícula. O sindicato espera que não haja queda na já combalida rede estadual, pois se tal fato se efetivar os prejuízos serão imensos. Vale lembrar que a forma em que a educação no Brasil é financiada levando em consideração o número de alunos matriculados.
Matrícula em qualquer escola
A superintendente executiva da SEED deixou claro que se o responsável pela matrícula não conseguir realizá-la utilizando o portal, ele deve ir a qualquer estabelecimento de ensino ou órgão vinculado à SEED e efetuar a matrícula.
A partir da sugestão de Cláudio Roberto Alfredo de Sousa, promotor da área de Educação, a SEED se comprometeu também a publicizar essas informações aos gestores e também à população em geral através dos meios de comunicação.