SEED gasta R$6 milhões com passagem em 2 meses, mas nega duas a alunos da rede

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Os alunos Janmisson da Silva e William Barros dos Santos da Escola Família Agrícola de Ladeirinhas “A” mais uma vez não puderam contar com o apoio da Secretaria de Estado da Educação – SEED.

Para viajarem a cidade de Esteio, no Rio Grande do Sul, para cursarem estágio na Escola Técnica Agrícola Estadual de Canguçú eles apelaram para o SINTESE, pois a SEED negou as passagens.

Como citamos em matéria publicada no início do mês de novembro (http://www.sintese.org.br/index.php?/Nacional/sintese-contribui-para-viagem-de-alunos-da-rede-estadual-ao-rio-grande-do-sul), os dois estudantes e a coordenadora do curso Maria do Carmo Freitas procuraram o sindicato que, entendendo a situação se prontificou em colaborar.

Mas todos tomaram como surpresa que as passagens para a viagem de volta também foram negadas. “A professora Maria do Carmo entrou em contato comigo muito preocupada, pois os alunos não estavam com a passagem de retorno para casa garantida, então novamente nos colocamos a postos para ajudar”, disse a presidenta do SINTESE, Ângela Maria de Melo.

A presidenta do SINTESE conversou com o secretário Belivaldo Chagas, por telefone, e ele confirmou a não liberação das passagens, justificando que foi uma decisão do Conselho de Reestruturação de Ajuste Fiscal – CRAFI. Ele disse também que fez uma segunda solicitação para que o conselho reconsiderasse a sua decisão, mas recebeu nova resposta negativa.

O SINTESE estranhou o posicionamento do CRAFI em negar apenas duas passagens para os alunos da rede pública que foram participar de um estágio. Estágio esse importante não só pelo enriquecimento do currículo dos alunos, mas por um devido reconhecimento do trabalho dos estudantes, do corpo docente e da equipe diretiva da escola. “O CRAFI não conseguiu compreender o quão importante é para os alunos que, devido às circunstâncias de suas vidas não têm como patrocinar uma viagem como essa e o pior se não fosse pelo sindicato como Janmissom e William não voltariam para casa”, questiona a presidenta.

Estranhamento maior foi perceber no Diário Oficial publicado no do dia 28 de novembro que a Secretaria de Estado da Educação gastou nos meses de setembro e outubro algo em torno de R$6 milhões em despesas intituladas como “Passagens e Despesa com Locomoção”.

Para o sindicato essa é mais uma prova de como a Educação não é prioridade, pois houve um gasto de milhões em passagens e em uma situação como esta onde pouco mais de R$2 mil já compraria as passagens dos alunos são negados.