A comissão de negociação da rede estadual do SINTESE foi recebida no último dia 06, pelo secretário de Educação, Belivaldo Chagas. A audiência contou com a presença da deputada estadual Ana Lúcia e do deputado federal Iran Barbosa.
A presidenta, Ângela Melo, entregou ao secretário, além da pauta de reivindicação, o projeto para a implantação da Gestão Democrática, que foi discutido na gestão anterior e a cartilha confeccionada pelo SINTESE sobre o assunto.
Ângela colocou que os pontos “discordantes” colocados pelo governador Marcelo Déda, que seria a questão do curso de formação e a possível dificuldade de aprovação na Assembleia Legislativa já foram superadas. “O SINTESE buscou o parlamento e 22 dos 24 deputados assinaram carta de compromisso que aprovam o projeto da gestão democrática se ele for consensuado entre professores e governo”, disse.
Ela lembrou também que em entrevista a rádio Cultura em setembro de 2009, Déda colocou que um curso de formação prévia seria o ideal para preparar os candidatos para a eleição.
Além da Gestão Democrática a direção tratou sore regulamentação as gratificações de Merecimento e Dedicação Exclusiva, a falta de uma política de reforma e manutenção das escolas estaduais, abertura de novas inscrições para o Programa de Inclusão do Magistério – PROID. E também:
Alfa e Beto
A imposição do pacote educacional “Alfa e Beto” do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental também foi colocado para o novo secretário. Para o SINTESE os pacotes educacionais não são a solução para os problemas da rede estadual. “O próprio resultado do IDEB nos anos iniciais do Ensino Fundamental em 2009 é a prova de que os pacotes educacionais só causam prejuízos ao ensino da rede estadual”, disse o diretor do departamento de Bases Estaduais, Roberto Silva dos Santos.
O sindicato denunciou também os livros utilizados. O exemplar que foi analisado está cheio de erros. Foram encontrados 50 erros num livro de 100 páginas e não são erros de digitação, são equívocos gravíssimos no conteúdo. “O Estado gastou quase R$175 mil em livros defeituosos ao invés de utilizar os do Ministério da Educação que chegam gratuitamente às escolas”, apontou Roberto.
Contratos temporários
O grande número de professores fora da sala de aula e também de contratos temporários foi outro ponto abordado pelo SINTESE na audiência. Atualmente, um terço dos 12 mil professores da rede estadual estão nos órgãos da Secretaria de Estado da Educação. “Isso é muito grave, quatro mil professores não estão nas salas, enquanto escolas ainda não iniciaram semestre letivo em algumas matérias por falta de docentes, isso comprova a falta de organização administrativa da secretaria”, disse Ângela.
Perda de receita
Ângela pontuou também que há equívocos na política de municipalização do ensino,ou seja, com a cessão de escolas estaduais para a esfera municipal a rede estadual tem perdido receita.
Pela falta de uma política de estímulo a permanência na escola e ao não atendimento da demanda de escolas para ensino médio a rede estadual sergipana perdeu mais de 100 mil alunos nos últimos 10 anos.
Todos os pontos discutidos na audiência com o secretário, Belivaldo Chagas, serão apresentados na assembléia geral da rede estadual que será realizada dia 12 de agosto, às 15h, no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.