Dia de Luto do Magistério: Professores de Lagarto fazem grande ato pelas ruas da cidade

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Professores, mães, pais e estudantes vão às ruas em Lagarto e marcam as mobilizações do Dia de Luto do Magistério (Foto: Portal Lagartense)

Em ato unificado professores das redes municipal e estadual de Lagarto tomaram as ruas da cidade, na Professores, mães, pais e estudantes vão às ruas em Lagarto e marcam as mobilizações do Dia de Luto do Magistério (Foto: Portal Lagartense)última terça-feira, 7, para pedir reajuste do piso salarial, condições dignas de trabalho e o fim da violência no ambiente escolar. O ato marcou o dia de Luto do magistério. Em todo Sergipe educadores se vestiram de preto em apoio à luta travada pelos professores em todo o estado e para dizer não a violência nas escolas.

“A prefeitura de Lagarto tentou calar e enfraquecer o movimento dos professores de diversas maneiras. Mas a nossa luta é por direitos, por dignidade e quem luta pelo justo sempre encontrar forças para continuar. Prova disso, é este grande que fizemos pelas ruas de Lagarto. Trouxemos centenas de professores, pais, mães e estudantes para mostrar ao prefeito Lila Fraga, que se recusa a abrir canal de diálogo, que estamos dispostos a lutar por uma educação de qualidade social e que não vamos desistir facilmente”, coloca o coordenador da sub sede do SINTESE na região Centro Sul, professor Nazon Barbosa.

Além de marcar o Dia de Luto do Magistério, o ato em Lagarto também faz parte de uma deliberação dos professores da rede estadual de Sergipe de realizar atos no interior do estado para denunciar os ‘Carrascos da Educação’.

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Lagarto

Os professores da rede municipal de Lagarto estão em greve desde o dia 18 de maio. A categoria está há dois anos (2014 e 2015) sem receber o reajuste do piso salarial. O prefeito do município, Lila Fraga, se recusa abrir canal de diálogo e negociação com magistério lagartense.  

Além de terem seus direitos negados, os professores de Lagarto ainda são submetidos a precárias condições de trabalho, em escolas que não oferecem estrutura adequada e materiais  necessários para a promoção do ensino e aprendizagem. A má qualidade da alimentação e do transporte escolar também marcam a educação do município.

Ao longo destes mais de 50 dias de greve a prefeitura tentou diversos golpes contra a categoria. No mês de maio o prefeito, Lila Fraga, enviou as pressas para a câmara de vereadores um Projeto de Lei que atrelava o reajuste do piso salarial a perda de direitos conquistados pelo magistério ao longo de muitos anos de luta e resistência.

A articulação dos militantes do SINTESE na região permitiu que o projeto fosse retirado da pauta de votação da câmara de vereadores, caso tal projeto fosse aprovado os professores de Lagarto sofreriam perdas salarias na ordem de 26%.

A prefeitura ainda, por meio de seu procurador, Matheus Kalile, impetrou quatro vezes ação no Tribunal da Justiça de Sergipe, pedindo ilegalidade da greve dos professores da rede municipal, entre os meses de maio e junho.

No último dia 1º de julho, houve no Tribunal de Justiça o julgamento sobre a ilegalidade da greve de 2014, do magistério de Lagarto. A Desembargadora Elvira Maria de Almeida Silva pediu vistas do processo e o julgamento foi adiado.

Antes do pedido de vistas a votação entre os desembargadores sobre a legalidade da greve estava empatada. Os desembargadores Cesário Siqueira, Ricardo Múcio, Ruy Pinheiro, Iolanda Guimarães e o juiz convidado Gilson Felix votaram a favor da legalidade da greve. Já os desembargadores José dos Anjos, Roberto Porto, Alberto Leite, Osório Ramos Filho, votaram junto com o relator, Edson Ulisses, pela ilegalidade da greve.

A comissão de negociação do SINTESE, em Lagarto, tentou mais uma vez audiência com o prefeito Lila Fraga no dia do ato (7 de julho), mas não obteve sucesso. A comissão foi recebida pela Secretária Municipal de Administração, que se comprometeu a marcar uma audiência com o prefeito até o fim desta semana.