Os professores da rede municipal de Neópolis decidiram em assembleia realizada na última quarta-feira, que no dia 13 de abril, entrarão em greve por tempo indeterminado.
O motivo é o desrespeito do prefeito Marcelo Guedes aos professores em uma reunião realizada na última terça-feira, no Ginásio de Esportes do município. “O prefeito chamou a comunidade para denegrir a imagem dos educadores. Ele não nos deu chance de falar, foi preciso os professores pressionarem”, disse a professora Lúcia Barroso, diretora do departamento de Bases Municipais do SINTESE.
O chefe do executivo convidou a comunidade para uma “audiência pública”, mas em nenhum momento chamou o sindicato para participar dela. Como membros ativos da sociedade, os professores foram ao ginásio e exigiram ter direito a voz para falar sobre a situação da Educação no município.
“Só tivemos acesso ao microfone porque pressionamos. Quando expomos as dificuldades e tentativas da prefeitura em acabar com a carreira dos professores, a comunidade presente nos apoiou”, disse Benalva dos Santos, coordenadora de Comunicação da sub-sede Baixo São Francisco II do SINTESE, em Neópolis.
Tentativa de censura
A tentativa de calar o magistério de Neópolis chegou ao ponto da professora Alexsandra Gomes ser quase agredida fisicamente pelo ex-prefeito Carlos Guedes.“Não tínhamos direito a falar, as perguntas só podiam ser feitas por escrito e o ex-prefeito Carlos Guedes era quem ‘mediava’ a mesa onde as perguntas chegavam”, contou Alexsandra.
Para o SINTESE, Carlos Guedes, não tem legitimidade para tratar de nenhum assunto administrativo, pois o mandato dele foi cassado. “Infelizmente o chefe do executivo não quer negociar, só quer impor a sua vontade e ainda se utiliza de aliados políticos para cercear nosso direito. Estamos dispostos a dialogar para chegar a um consenso e há possibilidade de implantar o piso sem perdas para os professores”, completou Lúcia.
De acordo com análise feita a partir dos dados das folhas de pagamento e das receitas do Fundeb o SINTESE apresentou uma proposta de implantação do piso onde todos os direitos são garantidos e os professores não teriam perdas, utilizando os recursos disponíveis e mantendo os patamares atuais de utilização dos recursos.
A única proposta que administração apresenta não leva em consideração os estudos feitos pelo SINTESE e quer cortar a regência de classe e reduzir drasticamente os percentuais das outras gratificações.