Os professores da rede municipal de Japoatã entram em greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira, 14.
O prefeito, Gimarcos Evangelista de Alcântara, apresentou a categoria uma proposta que pode ser no mínimo considerada indecorosa: começar a pagar o reajuste do piso salarial de 2015 no mês de agosto, mas em contrapartida os professores deveriam abrir mão do pagamento do retroativo de janeiro a agosto.
Em assembleia a categoria deliberou não aceitar tamanho absurdo. “O piso é um direito assegurado por uma Lei Federal e o prefeito deveria ter começado a pagar o reajuste em janeiro, como a própria lei garante. Não satisfeito em deixar os professores oito meses esperando pelo reajuste do piso, o prefeito ainda tem a coragem de propor que a categoria abra mão de um direito, que é o pagamento do retroativo. Para nós isso é um abuso, uma piada de mau gosto”, coloca o coordenado da subsede do SINTESE na região do Baixo São Francisco, professor Alberto dos Santos.
Além de não terem recebido, até a presente data, o reajuste do piso salarial os professores de Japoatã também estão sofrendo com o atraso no pagamento de seus salários. A prefeitura adotou nos últimos meses uma postura de pagar os salários dos professores após o mês trabalhado. O salário de agosto, por exemplo, foi pago somente na semana passada. Os professores chegam a receber seus salários com 5 a 10 dias de atraso.
Outro motivo que levou a categoria a deflagrar greve são as precárias condições das escolas da rede municipal. Um sério problema enfrentado é a falta de alimentação escolar. Os professores de Japoatã denunciam que os alimentos não chegam às escolas e para que as crianças e jovens não fiquem ser ter o que comer muitas veze professores e merendeiras fazem uma ‘cotinha’ para comprar biscoito e suco.
“Além de conviverem com a negação de seus direitos os professores também veem diariamente o direito de seus alunos sendo desrespeitados. É fundamental que a população de Japoatã apoie a causa dos professores, pois esta luta vai além das questões salariais. Esta é uma luta por dignidade, por direitos, por mais respeito e por uma educação de qualidade social que permita o desenvolvimento e assegure o futuro dos filhos e filhas dos trabalhadores de Japoatã”, afirma o coordenador do SINTESE.