Opressão e desrespeito aos professores marcam desfile cívico em Socorro

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No último domingo, dia 21 de setembro, o SINTESE realizou um ato durante o desfile cívico de Nossa Senhora do Socorro. Professoras e professores da rede municipal de ensino da cidade ocuparam o percurso do desfile numa caminhada em protesto para que o prefeito Samuel Carvalho receba o magistério e reabra as negociações.

“Tomamos a decisão desse ato na última assembleia da categoria porque o prefeito decidiu encerrar as negociações sem sequer aplicar a atualização do piso salarial, que é garantido em lei e determinado pelo MEC [Ministério da Educação]. De forma autoritária, o prefeito Samuel encerrou as negociações, não só com o magistério, mas todas as categorias do serviço público de Socorro, sem cumprir obrigações mínimas e sem respeitar o trabalhador”, disse a professora Adenilde Dantas, diretora financeira do SINTESE e professora da rede de Socorro.

E a postura autoritária foi vista mais uma vez no desfile do último domingo. Com mais de cem professores reunidos, o SINTESE ocupou a rua e desfilou entre uma escola e outra para cobrar respeito à categoria e aos seus direitos. O prefeito Samuel acionou a Guarda Municipal para que barrasse os professores e não passassem em frente ao palanque onde ele se encontrava.

“A Guarda chegou a dizer que se os professores forçassem a passagem ia ser ruim pra gente. Um absurdo sem cabimento. Muitas pessoas que estavam assistindo ao desfile pularam a grade para intervir junto à Guarda Municipal e ao prefeito, lembrando que aquele era um ato democrático, que tínhamos o direito de estar ali”, comentou a professora.

“E foi com a população gritando ‘ditator’ que o prefeito Samuel se escondeu atrás de uma pilastra no palanque, numa demonstração de desrespeito e covardia”, comentou a professora.

Muitos dos professores que estavam no ato, usando camisetas do SINTESE, também estavam trabalhando com suas escolas no desfile cívico e o prefeito repetiu o ato de esconder. “O prefeito Samuel deu as costas para o desfile da Escola Municipal Major João Teles. Ele não viu a escola de seu município desfilar porque havia professores com a camiseta do SINTESE. É falta de diálogo com quem ensina e desrespeito com quem aprende”, criticou Adenilde.

Além de se fechar para o diálogo com a categoria, o prefeito Samuel também está atacando direitos conquistados pelos professores. “Recebemos a informação de vereadores da situação de que projetos que derrubam a regência de classe e o triênio estão sendo preparados para serem apresentados à votação na Câmara de Vereadores da cidade. São várias frentes de ataque ao trabalhador e à trabalhadora”, contou.

“É absurdo em cima de absurdo, numa postura autoritária contra a população, contra o trabalhador. Não podemos aceitar esta situação e as negociações com as categorias precisam acontecer porque são direitos conquistados e precisam ser respeitados. Professoras e professores vão continuar firmes na luta”, afirmou Adenilde.