O que era para ser apenas um momento de livre exercício de cidadania acabou em caso de polícia. As diversas manifestações organizadas pelos professores das redes públicas municipais durantes desfiles cívicos de 7 de setembro em cidades do interior do estado foram duramente reprimidas e censuradas pelas prefeituras.
Os professores das cidades de Japaratuba, Maruim, Estância e Laranjeiras viveram momentos dignos de um estado de exceção. “O momento do desfile cívico é também um momento de reflexão e diálogo com a sociedade. É inadmissível que educadores e educadoras sejam tratados como criminosos”, alerta Lúcia Barroso, vice-presidente do SINTESE.
Violência gratuita
Em Japaratuba a voz de protesto deu lugar a gritos de revolta e pânico. Cumprindo o combinado previamente e de maneira ordeira, os professores esperaram todas as escolas desfilarem para então se reunir em passeata. Porém, para tentar coibir o ato, seguranças contratados pela Prefeitura Municipal resolveram tentaram impedir que professores desfilassem ao lado de seus colégios com camisas de protesto. Os professores Carlos Vieira e Greice Silva, da comissão de negociação do SINTESE, foram agredidos e jogados ao chão. “A manifestação era pacífica e tinha ampla adesão da população. Além de não cumprir a palavra na questão de pagamento do piso a administração ainda quer impedir nosso direito de falar”, fala Carlos.
Maruim: Lutar não é crime
Em Maruim a prefeitura tentou impedir através de uma Ação Cautelar a organização dos professores para o desfile cívico, mas a manobra não obteve êxito. A juíza da comarca de Maruim, Isabela Sampaio, garantiu que “o SINTESE não está impedido de realizar manifestação nem de usar as camisas de protesto”. Mesmo assim, o Prefeito Gilberto Maynard colocou a guarda municipal nas ruas para impedia o andamento do ato, enquanto a polícia obstruía a saída do carro de som. “Esperamos que um dia os professores de Maruim possam desfilar num 7 de setembro sem escola policial, sem liminar, apenas com os homens e mulheres livres para dialogar com a população sobre a realidade da educação pública da cidade”, fala Ângela Melo, presidenta do SINTESE.
Laranjeiras
A participação dos professores de Laranjeiras foi altamente prejudicada pela administração municipal. Os carros de som que acompanhariam o cortejo foram impedidos de entrar e a situação só se revolveu após a presença de advogados do SINTESE que conseguiriam negociar junto à guarda municipal o início da atividade.”É curioso observar que vários pelotões da guarda municipal foram utilizados para um simples ato de cidadania de professores, enquanto no dia a dia da cidade, pouco se vê esse efetivo nas ruas”, lembra Edileide Barrozo, diretora do SINTESE. Apesar disso, segundo ela, a população ficou até o final do desfile e deu total apoio aos professores.
Estância
Em Estância os professores organizaram o “Grito do Povo” e também tiveram problemas para poder ir às ruas. Devido ao autoritarismo do prefeito Ivan Leite, que dificultou de todas as formas a saída das centenas de pessoas que participaram da manifestação, o protesto só começou as 20h gerando revolta nos participantes. A situação só foi contornada devido à mediação da deputada estadual Ana Lúcia e da atuação exemplar da polícia militar, que fizeram valer o poder do estado de Sergipe e garantiram a entrada dos professores no desfile.
Carira
Já em Carira, contando com uma grande adesão da população, os professores não se abateram com a série de pressões feitas pela Secretaria de Educação Municipal, que ameaçava os professores quem para o desfile protestar. Centenas de educacores, pais e alunos fizeram um protesto pacífico e contagiante, que só foi atrapalhado no momento em que adentrava a Praça Principal da cidade. “Neste momento a policia militar não permitiu a nossa entrada, mas a pressão e o apoio do público foram tamanhos que continuamos nosso ato”, relata Givaldo Costa, representante do SINTESE em Carira.
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Maruim
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Japaratuba
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