As galerias da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese) foram ocupadas por
professores durante toda a amanhã desta quinta-feira (1). Com um mês de movimento grevista e sem qualquer resposta significativa para a categoria durante a negociação do piso salarial em Salgado, os professores se organizaram para buscar apoio.
A deputada estadual Ana Lúcia Vieira apresentou um estudo sobre os recursos destinados à educação no município, traçando comparativos dos últimos anos. O município não faz chamada pública para reduzir o número de crianças e adolescentes fora da escola. Somente para o ensino fundamental há registro de 262 crianças que não estão matriculadas e a distorção idade/série é de 40%.
Ginaldo, professor da rede, relata que as condições de trabalho também são péssimas, “falta material didático e muitas vezes os professores têm que tirar dinheiro do próprio bolso. Vários computadores que chegaram às escolas no ano passado continuam empilhados”. Esses são alguns dos fatores que fazem com que o gráfico de evolução escolar seja decrescente. Afinal, a prefeita Janete Alves Barbosa não entende a rede pública de ensino como prioridade em sua administração.
Audiência
A última proposta para a integralização do piso apresentada pela prefeitura arrancava 40% dos
benefícios conquistados ao longo dos anos pelo professorado. No entanto, mais de 30 mil reais é retirado do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Báscia (Fundeb) para pagar a funcionários que não estão nas escolas ou sequer trabalham.
“A prefeita prejudica a educação com superfaturamento de merenda, com contratos irregulares. Janete usa de forma irresponsável os recursos do Fundeb”, queixou-se Estéfane Santos (coord. da sub-sede centro-sul do Sintese).
A ida até a casa legislativa resultou em uma audiência pública que ficou agendada para a próxima segunda-feira (5). Deputados, prefeita e professores de Salgado devem se reunir e discutir a integralização do Piso Salarial Profissional Nacional.
VEJAS DADOS EDUCACIONAIS DE SALGADO