Em assembleia geral extraordinária, que aconteceu nesta quinta-feira, 26, os professores 
da rede municipal de São Cristóvão votaram contra o apoio do vereador Morgan Prado nas negociações com a prefeita, Rivanda Farias, para restabelecimento da carreira do magistério.
Para a categoria o vereador Morgan Prado traiu os professores quando ficou do lado da prefeita Rivanda Farias, em fevereiro de 2013, no processo de aprovação de projeto de lei que cortou de forma bruta e covarde a remuneração do magistério praticamente pela metade. A decisão de não aceitar o apoio do vereador Morgan, que faz parte da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores de São Cristóvão, foi unanime por parte da assembleia.
Atos
Os professores deliberam ainda por dois atos públicos. O primeiro será em janeiro contra a
política sistemática adotada pela Secretaria Municipal de Educação de São Cristóvão de fechamento de turmas e turnos de escolas da rede municipal. O ato vai ocorrer em frente a Secretária Municipal de Educação. A data será debatida entre os representantes do SINTESE em São Cristóvão e a categoria.
Para a presidente do SINTESE, Ângela de Melo, a extinção de turmas e turnos nas escolas do município trará impactos negativos para estudantes e professores. “Não podemos permitir que turmas e turnos de escolas de São Cristóvão sejam fechadas. Este tipo de medida prejudica os estudantes e os professores que serão remanejados para outros turnos ou até mesmo para outras escolas. Temos que cobrar da Secretaria de Educação a chama pública”, lembra Ângela.
O outro ato foi marcado para o dia 12 de fevereiro, na porta do Fórum Gonçalo Rolemberg Leite, no bairro Rosa Elze. Nesta data ocorrerá audiência pública convocada pelo Promotor de Justiça, Antônio Fortes, entre o magistério de São Cristóvão, a prefeita e o secretário municipal de educação. A audiência irá tratar sobre as irregularidades encontradas, em estudo feito pelo SINTESE, na prestação de contas apresentada pela prefeitura de São Cristóvão, em relação a verbas destinadas a educação. Além de buscar reestruturar a carreira do magistério.
Cestas
Pelo reconhecimento da luta dos professores de São Cristóvão ao longo do ano de 2013, ao
final da assembleia, o SINTESE presenteou os professores como uma singela cesta natalina. “A cesta é uma lembrança dos professores de Sergipe para os professores de São Cristóvão em reconhecimento e solidariedade à luta de vocês. É algo simbólico, é uma forma de dizer que os professores de Sergipe estão do lado dos professores de São Cristóvão”, coloca a presidente do SINTESE.
Situação de São Cristóvão
No início de 2013 a prefeita do município de São Cristóvão, Rivanda Farias, surpreendeu o magistério com a aprovação de um projeto na Câmara de Vereadores do município que cortava drasticamente a remuneração do magistério. Uma perda de quase 50% na remuneração dos professores da rede municipal.
A partir de um estudo feito pelo SINTESE, que teve como base os documentos de prestação de contas da prefeitura de São Cristóvão referentes a verbas destinadas a educação, foram constatadas diversas irregularidades, que vão desde utilização indevida de verbas do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica a irregularidades em licitações.
O mais curioso em toda esta situação é que a arrecadação do município no ano de 2013, referente a verbas que são destinadas a educação, cresceu enquanto a remuneração dos professores foi cortada. De janeiro a novembro de 2012 os recursos do Fundo de Participação dos Municípios foram de R$21.165.146, 27. No mesmo período de 2013 a arrecadação do Fundo subiu para R$23. 441, 861, 79, um crescimento de 10,76%.
Já os recursos do FUNDEB tiveram um crescimento de 13,5%. De janeiro a novembro de 2012, São Cristóvão contou com R$ 15.945.075,78 de recursos oriundos do FUNDEB, de janeiro a novembro de 2013 estes recursos passaram para R$ 18.041.063,44. A arrecadação com ICMS cresceu, em 2013, 15, 43% e a arrecadação com IPVA também cresceu em 15,34%, quando comparadas como 2012.
