Salários reduzidos e congelados, falta de material didático-pedagógico, alimentação escolar com baixa qualidade, péssima estrutura física das escolas e a total falta de uma política educacional consequente fazem com os educadores da rede municipal de São Cristóvão paralisem as atividades por cinco dias com início na segunda-feira, dia 31.
Na agenda de luta da categoria está a realização de atos públicos e caravanas pelos bairros e povoados para dialogar com a comunidade sancristovense os motivos da interrupção das atividades.
Atualmente os educadores buscam diálogo com o atual prefeito Jorge Eduardo (conhecido no município como Jorjão), mas até agora a única resposta que a comissão de negociação do SINTESE tem tido do chefe do Poder Executivo é o adiamento das audiências marcadas.
Até o momento a única proposta apresentada pela nova gestão foi a mesma apresentada pela administração de Rivanda Farias (que renunciou ao mandato após a divulgação de escândalo envolvendo licitações da alimenta escolar) que consiste em pagar anualmente o reajuste do piso salarial aos professores e acrescentar o mínimo de 2% em cima do percentual do reajuste, a cada ano. Dentro de tal proposta a recuperação da carreira e das perdas salarias dos professores somente seriam sanadas em um prazo absurdo de 25 anos.
“O cenário educacional em São Cristóvão é muito difícil, pois não há uma vontade política da administração em solucionar os problemas estruturais que vivem as escolas e também de cumprimento da lei do piso que foi criada para valorizar o profissional do magistério, é preciso que se construa uma proposta que recupere as perdas salariais e que se discuta coletivamente alternativas para melhoria das escolas”, aponta a vice-presidenta do SINTESE, Ivonete Cruz.
Mesmo com esse cenário desolador, os professores sancristovenses continuam na luta e têm a expectativa de que haja boa vontade política da atual administração, pois há recursos para não só valorizar os professores, mas buscar melhores condições para as escolas.
Perdas salariais
Em fevereiro de 2013, a prefeita, há época, Rivanda Farias, conseguiu aprovar uma lei na Câmara de Vereadores que tornava nula as leis que reajustavam o valor do piso de 2011 e 2012, além de reduzir a regência de classe de 25% para 1%. Este golpe destruiu a carreira e a vida dos professores que chegam a ter uma perda de quase 50% de seus salários.