Professoras e professores de Nossa Senhora do Socorro seguem firmes na defesa da carreira e de seus direitos conquistados com muita luta. No dia de ontem, 13 de maio, a categoria paralisou as atividades nas escolas e realizou um ato na Câmara de Vereadores da cidade para sensibilizar os parlamentares para apoiar a luta em defesa da educação socorrense.
Lá, o SINTESE conseguiu se reunir com todos os vereadores da Casa e expor a situação da educação na cidade, a realidade nas escolas e os ataques à categoria. “Estamos enfrentando tempos difíceis em Socorro, que estão demandando ainda mais força e garra de professoras e professores da rede municipal de ensino”, disse a professora Adenilde Dantas, diretora financeira do SINTESE.
Desde o início do ano, o sindicato conseguiu três audiências com a gestão municipal e, na última, no dia 25 de abril, a prefeitura informou que não iria aplicar a atualização do piso nacional do magistério, determinado todos os anos pelo Ministério da Educação (MEC). A lei federal 11.738/2008 definiu um piso salarial nacional para o magistério e a portaria 77/2025 determinou que o piso é de 4.867,77 e o percentual de atualização de 6,27% a ser aplicado na carreira. “Socorro aplica corretamente o piso e a atualização há 15 anos e agora o prefeito Samuel está tentando destruir uma conquista de anos para o magistério”, disse Adenilde.
“O prefeito quer argumentar que não tem como manter a atualização do piso, mas dinheiro tem. Existem quatro verbas de educação que podem e devem ser usadas para pagar esses valores de aumento para os servidores efetivos e também para os contratados e que, somadas ao Fundeb, cobrem estes pagamentos e ainda vai sobrar muito dinheiro. Ou seja, tem dinheiro para pagar e, na verdade, não há vontade política”, denunciou.
E os ataques não estão apenas no campo financeiro. Há ataques preparados contra a gestão democrática nas escolas. “Recebemos informações de que existem dois projetos gravíssimos contra a democracia nas escolas preparados para serem enviados à Câmara para votação. Eles vão retirar diretores e coordenadores das escolas e estes cargos passarão a ser ocupados por indicação da gestão municipal e serão contratados por processo seletivo simplificado por tempo indeterminado”, disse Adenilde. “Ou seja, serão pessoas com indicação política para gerir as escolas. Isso é muito ruim porque existem verbas de complementação da União que só são possíveis se a rede tiver a gestão democrática. Ou seja, o município vai deixar de receber recursos”, alertou.
As escolas em Nossa Senhora do Socorro têm enfrentado graves problemas estruturais. “A falta d’água tem obrigados escolas a liberar os alunos no meio da manhã. Tem faltado proteína na alimentação escolar. Algumas escolas tem passado por reformas, mas tem faltado água, limitação de uso dos banheiros, entre outros problemas graves”, informou.
A diretora Adenilde fez uma fala na tribuna da Câmara de Vereadores, agradeceu pela apoio da Casa e reforçou a importância do papel dos parlamentares na defesa da sociedade. Os vereadores informaram que o vice-prefeito Elmo Paixão vai mediar uma reunião entre os parlamentares e o prefeito Samuel Carvalho na tentativa de que a gestão municipal apresente uma nova proposta com valores para a categoria e que reabra o canal de negociação.
Após o ato, professoras e professores se reuniram em assembleia geral local e definiram alguns encaminhamentos de luta, como a construção de uma grande marcha da educação, panfletagem e ações com a comunidade, entre outras atividades.