Dirigente nacional da CUT avalia que as eleições em 2018 são cruciais para a classe trabalhadora
Na análise de conjuntura internacional e nacional, Jandyra Uehara, dirigente da CUT Nacional ressaltou que o cenário de golpe que o Brasil vive desde 2016 não está descolado de outras ações na América Latina, todas com objetivo de não só retirar os governos progressistas, mas também retroceder em todas as conquistas. “O que aconteceu no Brasil não pode ser avaliado de forma isolada. O golpe no Brasil é o resultado de uma ofensiva do grande capital”, aponta Jandyra.
Ao trazer os dados da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO para 2019, a dirigente da CUT Nacional mostrou a verdadeira face do golpe. Além da Emenda Constitucional 95 (que congelou os investimentos públicos para os próximos 20 anos). A LDO aumenta o fluxo de recursos para o grande capital em mais de 300 bilhões. Ou seja, os recursos que poderiam ser investidos em Saúde, Educação, Segurança Pública, Saneamento e Moradia estão sendo repassados para os grandes capitalistas financeiros.
“Além do desemprego, da criminalização dos movimentos sociais e da submissão aos Estados Unidos, o golpe é a destruição de todas conquistas da classe trabalhadora e do povo brasileiro nos últimos anos”, afirmou.
Ela foi enfática ao dizer que só com a luta da classe trabalhadora organizada e com o povo brasileiro é possível reverter essa perspectiva sombria. Jandyra avalia que é fundamental que se criem as condições para que Lula seja libertado. As eleições em 2018 são cruciais para a classe trabalhadora. E não só por eleger governos progressistas, mas também para realizar as transformações estruturais profundas que o Brasil precisa.
O povo brasileiro ainda está em processo de educação política
O presidente da CUT/SE, Rubens Marques (Prof. Dudu) trouxe dados de uma das últimas pesquisas eleitorais em Sergipe mostrando que, até o momento, não haverá uma renovação grande nem na Assembleia Legislativa e nem no Congresso Nacional. As pesquisas mostram, até o momento, que candidatos que apoiaram o golpe, que votaram a favor da reforma trabalhista e da terceirização sem limite são citados.
Dudu avalia que isso é o cenário de um povo que ainda está em processo de educação política. “O povo brasileiro ainda está em processo de educação política e ele acontece muito lentamente e por isso apresenta contradições e dicotomias”.
As contradições são explicitadas quando o povo quer Lula como presidente, mas ao mesmo tempo não aponta o voto para candidaturas mais progressistas seja para o Congresso Nacional quanto para as Assembleias Legislativas. A pesquisa apresentada pelo presidente da CUT/SE também mostra o elevado grau de indecisos e abstenções.
Dudu também não deixou de citar que a escolha do Partido dos Trabalhadores de Sergipe em não sair com candidatura própria ao governo do Estado cobrará um alto preço a sigla partidária.