De forma lúdica o Grupo de Teatro do Oprimido Palco na Luta, formado por professores e professoras filiados ao SINTESE, levou para a abertura do último dia do XV Congresso dos Trabalhadores em Educação, neste sábado, 3, reflexão e debate sobre o processo de gestão democrática dentro das escolas públicas do estado.
O grupo apresentou a peça ‘A horta e o coliseu’. Utilizando o Teatro Fórum (metodologia do Teatro do Oprimido que através da representação de fatos cotidianos que trazem um contexto de opressã, convida a plateia a buscar soluções para o fato apresentado) o grupo Palco na Luta representou o autoritarismo praticado por diretores de escolas públicas onde não há a gestão democrática.
A peça conta a estória de professoras e estudantes de uma escola da rede estadual que decidem fazer uma horta em um espaço da unidade de ensino que estava abandonado e tomado por um matagal. Com a ajuda da comunidade o projeto é concretizado e os alimentos produzidos na horta são utilizados na alimentação escolar e também pela comunidade.
Mas a diretora da escola se aposenta e outro diretor é indicado para assumir o lugar dela. Junto com esta nova indicação, a escola consegue receber uma verba de meio milhão de reais para desenvolver o projeto ‘Mais mais’. Como isso, o novo diretor decide, de forma unilateral, que irá destruir a horta para construir em seu lugar o ‘Coliseu da educação’, uma obra que não teria a menor utilidade para a comunidade escolar.
Professoras e estudantes se unem para impedir que o diretor destrua a horta já que ela é um projeto que beneficia toda a comunidade escolar. Para se livrar do ‘problema’ o diretor afasta as professoras responsáveis pelo projeto da escola. Uma delas que é contratada tem seu contrato suspenso pelo diretor e a professora efetiva é mandada para uma outra escola bem distante daquela.
Neste momento o mediador do Grupo de Teatro Palco na Luta, Aldo Resende, parou a cena e pediu ajuda da plateia para solucionar o conflito. A ideia é trabalhar com o público o protagonismo e a capacidade de transforma as situações de opressão que são enfrentadas no dia a dia.
Um serie de alternativas foram apresentadas pela plateia desde a tentativa de diálogo, mostrando para o novo diretor que o cargo dele era algo passageiro, até a busca do setor jurídico do SINTESE para impedir que o diretor destruísse a horta.
“O teatro é uma forma de reinventar a vida, de transformar a realidade. Todos nós aqui somos atores socais e devemos assumir o nosso protagonismo”, refletiu Aldo Resende.
A peça ‘A horta e o coliseu’ pode ser levada pelos professores filiados ao SINTESE para as suas escolas, basta entrar em contato com o SINTESE.
Projeto Palco na Luta
O Projeto ‘Palco na Luta’, realiza oficinas continuadas de Teatro do Oprimido com professores da Rede Pública interessados em aproximar a comunidade da escola através do teatro. A proposta é criar um espaço de diálogo teatral entre os moradores do bairro ao qual a escola faz parte, alunos e professores sobre problemas vivenciados no cotidiano da comunidade local e/ou da escola. Os temas abordados são: violência doméstica, gravidez precoce, discriminação social, entre outros.
As oficinas acontecem aos sábados, quinzenalmente, no Centro Cultural Professor José dos Santos, (Avenida Hermes Fontes – 176) e são facilitadas pelos professores Aldo Rezende e Helen Melo