Twitter, Facebook, Orkut etc. etc. são apenas ferramentas, não redes sociais. As redes sociais são aquilo que a gente organiza através das ferramentas. É a comunicação em si. As redes sociais já existiam, o que a internet faz é potencializá-las. Quem disse isso foi Marcelo Branco, durante a #caravanadigital em Porto Alegre, sexta, 16, à noite.
Bom, as coisas não mudam de uma hora pra outra. Os meios de comunicação de massa continuam tendo forte influência sobre a vida em sociedade, mas eles tiveram que se adaptar, estão modificando a forma de fazer comunicação.
As informações que produzem são re-hierarquizadas quando caem nas redes sociais. Marcelo comenta que “as notícias principais dos portais não são necessariamente as mais comentadas no Brasil”. As secundárias, ou até notícias que não passaram pelos veículos massivos, podem ganhar espaço dentro das ferramentas. Dois exemplos do Marcelo: #calabocagalvao e DilmaBoy, o novo hit do Youtube. E um que encontrei ontem: Jornalismo online impõe agenda da grande imprensa.
Como coordenador da campanha da Dilma na web, mas também como militante de esquerda interessado em democratizar a comunicação no Brasil, Marcelo Branco enfatiza: “Não queremos só comentar o que eles dizem. Nós queremos produzir nosso próprio conteúdo e a partir dele pautar os meios de comunicação de massa”. E lembra: o importante é a audiência do conteúdo, não do site, porque o que vale é disseminar a informação. Ou seja, reproduzi-la em mais e mais lugares.
Credibilidade
Costumo dizer que a credibilidade se conquista com o tempo, em resposta a quem diz que os blogs não a têm. Marcelo Branco falou ainda melhor, mas das redes sociais: ali, a pessoa conversa com amigos, conhecidos, pessoas de seus relacionamentos, aqueles que ela escolheu seguir. É muito mais fácil confiar em alguém que se conhece do que em grandes portais impessoais. É por isso que a credibilidade das redes sociais é maior que a dos portais. Aliás, maior do que de qualquer outra mídia.
Não é invenção tresloucada: 40,1% dos brasileiros que frequentam redes sociais atribuem-lhe credibilidade muito alta; 36,9% alta; 16,7% nem alta nem baixa; e, o mais impressionante, 3,7% dedicam baixa credibilidade e 2,6% muito baixa.
Muito em função disso, redes sociais produzem não só opinião, mas informação, para 25% dos brasileiros. O número é de outubro de 2009, ou seja, provavelmente hoje a quantidade seja bem maior. “Os portais e sites de notícias não aproximam, não compartilham emoções. As redes sociais informam e compartilham”, diz Marcelo.
Para efeito de informação:
São 70 milhões de brasileiros conectados na internet. Tudo bem que 18% das classes C e D estão conectadas contra 90% da classe A, mas não dá para comparar a quantidade de gente de cada uma dessas classes. Dos 70 milhões, 39% conectam através de lan houses. Quer dizer, a internet hoje é um fenômeno da periferia.
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Fotos de Bruno Alencastro/Sul21.
fonte:http://somosandando.wordpress.com/