Que se atreve neste importante fazer?
Carregar tantos sonhos possíveis
E que na educação é preciso ter
Ao trabalhar e sonhar sempre
E com os sonhos poder aprender
Pois quando na escola não se sonha
Fica impossível algo mais querer
Pois é de sonho que vive a educação
Este complexo e importantíssimo saber.
(Trecho do Cordel Carregando Sonhos de Wilson Queiroz).
Um toque de timidez comum àqueles que não estão acostumados a lidar com um grande público. A ansiedade
era visível nas quatro mulheres que protagonizaram no cinema suas próprias histórias de luta e resistência para exercer o trabalho de educar. Maraísa, Marta, Rose e Edielma, sonhos em comum perseguidos por caminhos tortuosos e distintos. Do outro lado, a plateia, a expectativa, os diálogos.
Mas afinal, o que faz andar a estrada?
O questionamento levantado pelos professores tem uma resposta bastante conhecida para os que buscam transformação. Sonhos! São eles uma das poucas molas propulsoras que restam aos tantos educadores espalhados pelo Brasil a fora. 800 quilômetros por semana em cima de duas rodas, horas na estrada entre gente e galinhas n’um perigoso pau de arara são alguns dos obstáculos derrotados diariamente pelas carregadoras de sonhos.
Se o que nos move é o que nos falta, como nos lembra a educadora Rosaura Soligo, não podemos tratar as coisas como impossíveis de mudar, parafraseando Brecht. Portanto, todo esse emaranhado de dificuldades, precarização, negligência do poder público, deve servir para a luta por mudanças sociais.
Esse é o caminho para o qual aponta as atividades de formação que o sindicato realiza constantemente, essa é a razão que motivou a utilização de novos elementos e linguagens como o cinema. Quando a professora Marta nos diz “eu amo o que eu faço, mas não é justo trabalhar desse jeito”. Ela nos aponta também algumas saídas. O caminho não é fácil, mas é preciso trilhá-lo.