O escritor sergipano publicou apenas um livro em vida (Foto: Asscom/Secult) |
Se estivesse vivo, o escritor sergipano Mário Jorge Vieira estaria comemorando no dia 23 de novembro, 65 anos de idade. Para lembrar a data e homenagear o ilustre escritor, a Biblioteca Pública Epifânio Dória (BPED) realizará mais uma Roda de Leitura. O projeto, que faz parte do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER), é sempre realizado às terças-feiras, a partir das 9h, no auditório da BPED.
A Roda de Leitura visa fomentar a prática da leitura, promovendo o intercâmbio entre leitores, escritores, professores e pessoas de outras áreas com o intuito de discutir a produção literária em Sergipe. Segundo Sônia Carvalho, diretora da BPED, além da discussão de textos do autor, o projeto traz para o público uma mostra sobre a sua vida.
“Esta Roda de Leitura tem o objetivo de discutir a literatura em Sergipe, homenageando o escritor e fazendo com que sua produção entre em contato com o público sergipano. Além disso, antecedendo a roda, nós elaboramos uma pequena exposição abordando a vida do homenageado”, explanou Sônia, ressaltando que a mostra fica montada durante todo o mês.
Mediação
A discussão será mediada pela mestre em Análise do Discurso e técnica do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Roseneide de Santana, e contará com a participação do coordenador de Livro e Leitura da Secult, o escritor Gilfrancisco – debatedor da roda.
De acordo com Roseneide, o contato com a família dos escritores é essencial para a execução do projeto. “Em relação à Roda de Leitura ligada aos escritores com produção em Sergipe, Mário Jorge é nosso sexto homenageado. Por novembro ser o mês do seu aniversário, nada mais propício do que homenageá-lo neste período. Para que isso seja posto em prática, o contato com a família é fundamental, só assim teremos acesso a materiais do escritor”, dialogou.
Sobre Mário Jorge Vieira
Nascido no dia 23 de novembro de 1946 na cidade de Aracaju, Mário Jorge Vieira, iniciou o curso de Direito em sua cidade natal, mas não concluiu, seguindo para São Paulo, onde fez o curso de Ciências Sociais – o qual, também, não finalizou.
Primeiro poeta concretista do Estado, Mário Jorge lança em outubro de 1968, um envelope intitulado ‘Revolição’ – primeiro e único lançado em vida. Trata-se de um conjunto de poesias concretistas, que devido ao seu conteúdo o levou preso. Além de ‘Revolição’, ele escreveu: ‘Poemas’, ‘Silêncios Soltos’, ‘Cuidado’ e ‘De repente, há urgência’ – todas obras póstumas. Mário Jorge morreu em janeiro de 1973 num acidente automobilístico, aos 26 anos.