Parada Gay de Sergipe é tema do editorial do “A Hora da Verdade”

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Por Henrique Maynart

Estamos chegando a mais uma edição da parada lgbt de Sergipe, isso mesmo, a sigla é grande, para contemplar lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, transgênero e travestis. O povo pode achar que é a mesma coisa mas não é, cada um com o seu modo de viver e amar, cada um com o seu respeito.

A gente sabe muito bem que lutar contra o machismo e a homofobia, tanto em sergipe quanto no brasil, é osso duro de roer: os casos de desrespeito, agressões físicas, simbólicas e assassinatos da comunidade lgbt tomam proporções absurdas em nosso estado e em nosso país. A grande mídia e os grandes circuitos culturais tratam esta comunidade, repleta de homens e mulheres dignas e trabalhadoras, como o escracho, a piada e o pitoresco, sem qualquer abordagem sensível e humana, é um verdadeiro escarcéu.

Para piorar a situação, o código civil brasileiro não reconhece os direitos dos casais homoafetivos, causando situações de exclusão e constrangimento para estes homens e mulheres.

Eis que chega a parada gay, e todo mundo pára para ver, bate palmas, elogia e até brinca junto, mas no dia seguinte todo mundo volta para a rotina do preconceito e da homofobia, deste jeito não dá minha gente, a parada gay é mais do que uma festa, mais do que carnaval , ela é, ou deveria ser, a maior representação do amor pela vida, da luta por respeito aos direitos humanos.

Construir outra sociedade com pão, paz e flores para todos perpassa pela luta contra a homofobia: amar ao próximo como a si mesmo, sentindo a dor do próximo e se solidarizando com ele, fazendo de um conjunto de indivíduos um sujeito coletivo, solidário e fraterno.

Nesta parada gay o que mais nos vale não é a festa, e sim a afirmação de uma identidade e de um modo de vida, que, independente das manifestações afetivas e sexuais, o que vale é estar disposto para amar e mudar as coisas.