O Departamento de Aposentados do Sintese compreende a importância da formação continuada e aposta as suas fichas nisso. Desde a terça-feira professoras (imensa maioria também nesse núcleo) e professores estão reunidos no município de Salgado para aprimorar seus conhecimentos e refletir sobre a sociedade.
Na manhã da quarta-feira os trabalhos tiveram início com uma dinâmica de integração que propunha o resgate de valores apagados pelo sistema capitalista. Solidariedade, companheirismo, paciência. Este último é valor bem vivo entre aqueles que aprenderam com a história e conheceram através das lutas uma forma mais justa de caminhar.
Solidariedade
A temática do encontro, até então voltada para a discussão do meio ambiente, agregou-se à luta do magistério mineiro. Ontem completava cem dias de greve da categoria em Minas Gerais. Em resposta à repressão e criminalização comandada pelo governo do estado e justiça mineira, os educadores decidiram entrar em greve de fome. A batalha no sudeste do país respingou aqui, uma bela carta em solidariedade aos companheiros foi escrita pelos aposentados.
A cantoria do cearense Zé Vicente e da argentina Mercedes Sosa fez recordar de outros momentos duros da história do mundo, dias de luta por igualdade, dignidade que ainda se fazem necessários. Hildebrando Maia, assessor político do Sintese, bebendo da fonte de Paulo Freire, ressalta que “não se luta apenas por salários melhores, mas para ter uma vida justa, com novos valores, um mundo melhor. Por isso a denúncia e o anúncio para que alcancemos a libertação”.
Protagonismo
Para a professora Maria Luci, coordenadora do dep. de aposentados, “a ideia é que os aposentados se sintam parte integrante e que participem dos trabalhos do Sintese. Nós fizemos ontem uma programação falando sobre a natureza, sobre a terra e as pessoas começaram a refletir o seu papel, mesmo como aposentado, não só na natureza, mas na sociedade”.
Por acreditar, assim como Antonio Gramsci que declarou em uma de suas cartas odiar os indiferentes, os professores têm mostrado quando apoiam as manifestações, quando vão às ruas e marcham junto aos outros companheiros, que “viver significa tomar partido”. O encontro tem fim na tarde desta quinta-feira (22) e não sobram dúvidas de que servirá como referência para as ações futuras do magistério sergipano.