Conselheiros, secretários, quilombolas, representantes do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento e do MDS realizam amplo debate sobre conquistas e demandas sociais
Quilombolas do município de Brejo Grande marcaram a abertura da 3ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada na tarde desta terça-feira, 27, no auditório do Hotel Parque dos Coqueiros. A cantora de Aboio, Juliana Lima, e o Reisado de Brejo Grande aproveitaram a apresentação cultural para deixar o recado político: os quilombolas de Brejo Grande não sabem na prática o que é ter segurança alimentar. “Lá só tem emprego quem trabalha para os fazendeiros ou é funcionário público da prefeitura”, apontou a Dona Deusa do Reisado, antes de sua apresentação.
A deputada estadual Ana Lucia (PT) também compôs a mesa e explicou a importância da experiência vivenciada à frente da Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social, quando teve a oportunidade de conhecer a fundo as políticas sociais do Governo Lula, e trabalhar na implantação de um sistema de inclusão produtivo, da economia solidária, e de uma política de assistência para o Estado de Sergipe – neste setor a capital aracajuana já estava bastante avançada, por isso serviu de modelo. “Conhecer esta política social, que se consolida no Governo da companheira Dilma, foi uma experiência extremamente rica. E aqui nós vamos contribuir também para consolidar esta política, que é fundamental para avançarmos na reforma agrária, e construirmos uma sociedade de homens e mulheres felizes, com direito à justiça social”, analisou.
A abertura do evento ainda contou com a presença da representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adriana Gregolim, a presidente do CONSEAN de Sergipe, a quilombola Xifroneze Santos, o secretário Bosco Rolemberg, que representou o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e o Conselheiro Nacional de Segurança Alimentar, Werder Fux.
O secretário executivo da Câmara Inter Ministerial de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério de Desenvolvimento Social, Onaur Ruano, fez uma recapitulação histórica para resgatar a contribuição de todas as Conferências de Segurança Alimentar construídas nas esferas municipal, estadual e federal. Ele explicou que a partir deste trabalho coletivo, foram edificadas as diretrizes da política nacional de segurança alimentar. “Viemos aqui fazer colocações, queixas, propostas produtivas, pois esta é mais uma atividade do Governo democrático da presidente Dilma. O debate vem para se somar à nossa produção, e reconheço o esforço do Governo do Estado de Sergipe para que estejamos aqui”, enfatizou.
A secretária de Inclusão e Desenvolvimento Social e primeira-dama do Estado, Eliane Aquino, pontuou que um dos principais desafios da 3ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar é definir políticas claras para a população sergipana que se encontra abaixo da linha de pobreza. “Quero chamar a atenção para o que disse a companheira de Brejo Grande antes da apresentação cultural: que os quilombolas não têm segurança alimentar. É para essas pessoas que nós precisamos voltar nossa política”, frisou. Aquino também mostrou interesse de apresentar o Projeto de Lei que institui a Câmara Estadual de Segurança Alimentar na Conferência que prossegue até esta quarta-feira, 28.