Sábado de estudos na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) reuniu lideranças sindicais e membros do movimento social que participaram do curso ‘Perspectiva de gênero e luta de classe em uma sociedade capitalista’, promovido pela Secretaria da Mulher da CUT/SE, no dia 27/1.
Relações de poder, história oculta e feminismo foram temas abordados pela palestrante Dinamara Garcia Feldens, pesquisadora e professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com licenciatura em História, Mestrado e Doutorado em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS e pós-doutorado pela Universidade Complutense de Madrid UCM em Filosofia da Educação.
Para ilustrar a realidade do machismo no Brasil através da violência física registrada em boletins de ocorrência, a professora Dinamara Garcia Feldens recordou que o machismo brasileiro mata em média 13 mulheres por dia. O dado é ‘a ponta do iceberg’, pois ele reflete o contexto de violência contra a mulher – agressões físicas, sexuais, verbais, a tortura psicológica, entre outros – que são relevados, minimizados ou socialmente aceitos pela cultura machista e conservadora que ainda é predominante no Brasil.
Presidente do SINDASSE/CUT, Rosely Anacleto citou o grande índice de violência contra as mulheres de religiões pentecostais e acendeu o debate sobre o papel da religião diante deste cenário de feminicídio e das várias formas de violência praticadas contra a mulher e veladas pela sociedade. Rosely também apontou como um desafio discutir o feminismo numa perspectiva marxista.
A professora Dinamara Feldens instigou o debate entre lideranças sindicais e sinalizou que o conhecimento é a principal informação para transformar este cenário de feminicídio consentido. Segundo Dinamara, o caminho é o acesso à informação, o diálogo e o esclarecimento. A professora destacou que é importante ser radical tendo um discurso condizente com a prática, mas sem cair no sectarismo.