Um pouco de tanta mentira

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Um antigo e conhecido provérbio popular diz que: uma mentira contada diversas vezes torna-se verdade. Certamente, é baseado nisto que o Governo do Estado de Sergipe vem investindo em propaganda afirmando (mentindo) que já cumpre a lei do piso e que ofereceu um reajuste de 15,86% aos professores.

 

Em Outdoors, notas pagas em jornais, inserções na TV e nas rádios o Governo afirma que o SINTESE é quem optou pela Greve. O Governador Marcelo Déda bem sabe que sindicalismo atuante, como feito pelo SINTESE, não “opta” pela greve, mas busca o diálogo, a negociação, e se a pauta não avança, aí sim se acessa o recurso da greve, como instrumento legítimo de reivindicação.

 

Fica claro que essas manifestações do Governo têm um único objetivo: colocar a sociedade sergipana contra a maior categoria de lutadoras/es de Sergipe: as/os professoras/es organizadas/os.

 

Não bastasse o descumprimento da lei, a não pagar o piso salarial para toda a categoria, o Governo resolveu apelar e dizer que o sindicato é que rejeitou a proposta.

 

Na mesma nota pública, o Governo diz que em nenhum momento os professores sofrerão perdas. Para o SINTESE, a propostas apresentada pelo Governo têm duas consequências graves: ou dividem a categoria (ao estabelecer revisão diferenciada para nível I e nível II) ou destroem a carreira (com a extinção do nível I do quadro permanente).

 

A Presidenta do SINTESE, Ângela Melo, refuta as duas propostas: “Estamos lutando por um direito que é nosso que é a revisão do piso de forma igualitária para todos, afinal a carreira do magistério é única”.

 

Quando fala em direito, Ângela se reporta ao artigo 29 da Lei Complementar 61/2001 que regulamenta o Plano de Carreira e Remuneração do Magistério e garante que: “Fica assegurada, nos termos da Constituição Federal, a revisão geral anual da remuneração dos profissionais do Magistério Público do Estado de Sergipe, sempre nas mesma data, 1º de maio, e sem distinção de índices”.

 

Na mesma nota oficial, o Governo diz que “Sergipe atravessa uma difícil situação financeira, assim como os outros estados brasileiros, em decorrência da crise internacional”. Em Audiência Pública na Comissão de Educação da ALESE, Ângela Melo, mais uma vez, desmentiu o Governo e mostrou que as receitas do estado aumentaram se comparadas ao ano de 2010. O Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) aumentou em 25,4%; o FPE (Fundo de Participação dos Estados) em 32,83% e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) teve um crescimento de 26%.

 

Ao final da nota veiculada nos principais jornais do estado, o Governo afirma que continua aberto ao diálogo, mas que os professores também precisam fazer a sua parte.

 

Para rebater o argumento do Governo, mais uma vez, uso palavras da professora e Deputada Estadual Ana Lúcia (PT): “O SINTESE é um sindicato educador, que tem proporcionado os grandes debates educacionais em nosso estado, atuando decisivamente na formação permanente dos professores, na busca incansável pela gestão democrática e batalhado para que ocorra regularmente a manutenção e a reforma dos prédios das escolas”.

 

Governador Marcelo Déda, as/os professoras/es estão fazendo muito além da sua parte. Estão lutando por seus direitos, pela sua dignidade, por uma educação pública, gratuita e de qualidade social para os filhos da classe trabalhadora.

 

Luta que deveria ser emcampada também pelo Governo do Partido dos Trabalhadores…

 

Paulo Victor Melo, jornalista