Educação popular é tema de conferências intermunicipais

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Debater a Educação Popular em tempos de negacionismo, fake news, desmonte de direitos e avanço do fascismo e, até mesmo do nazismo, esse é um dos desafios das conferências intermunicipais de educação promovidas pelo Fórum Estadual de Educação Popular – FEPE.

As conferências intermunicipais começaram dia 10 de fevereiro e terminam na próxima quinta, dia 24 e elas são etapas preparatórias da CONEPE – Conferência Estadual Popular de Educação que acontece dia 15 de março e a conferência estadual faz parte do processo de construção da CONAPE – Conferência Nacional Popular de Educação que está prevista para acontecer em julho de 2022 no Rio Grande do Norte.

O tema da CONAPE 2022 é “Reconstruir o país: a retomada do Estado democrático de direito e a defesa da educação pública e popular, com gestão pública, gratuita, democrática, laica, inclusiva e de qualidade social para todos/as”, e como lema “Educação pública e popular se  constrói com Democracia e Participação Social: nenhum direito a menos e em defesa do legado de Paulo Freire” e está dividida nos seguintes eixos:

EIXO I – Décadas de lutas e conquistas sociais e políticas em xeque: o golpe, a pandemia e os retrocessos na agenda brasileira; 
EIXO II – PNE, Planos Decenais, SNE, Políticas Setoriais e Direito à Educação; 
EIXO III – Educação, direitos humanos e diversidade: justiça social e inclusão; 
EIXO IV – Valorização dos profissionais da educação: formação, carreira, remuneração e condições de trabalho e saúde;  
EIXO V – Gestão democrática e financiamento da educação: participação, transparência e controle social; 
EIXO VI – Construção de um projeto de nação soberana e de Estado democrático em defesa da democracia, da vida, dos direitos sociais, da educação e do PNE. 

E em um espaço popular, diversos segmentos da sociedade participam e debatem sobre a Educação que queremos para o nosso país. “Na atual conjuntura o que temos visto é o desmonte do Estado e, por isso, o papel do Fórum Estadual de Educação Popular em trazer o debate e o caminho é esse, todos nós contribuindo“, disse Pureza Sobrinha, da União Brasileira de Mulheres.

Brunna Nunes da ONG Trans Unides participou da conferência intermunicipal de Aracaju que trabalhou os eixos I e II e avaliou que o debate é fundamental, inclusive no que diz respeito as questões  LGBTQIA+  para ela é importante que se reclame das abordagens equivocadas, mas também é necessário propor novas formas, pois a partir do momento que se reclama e não faz as devidas correções não se contribui para melhorar.

Pejigan Irivan de Assis, do Fórum Sergipano de Matriz Africana participa das conferências populares de Educação desde 2018 e faz uma avaliação positiva do processo “É um momento de mobilização e resistência não só para quem é da Educação, mas para toda a sociedade brasileira, pois temos que nos organizar para derrubarmos o nazifascismo que toma conta do nosso país”.

Para o SINTESE, que também é um dos organizadores das conferências, não havia como, logo após o golpe de 2016, continuar participando dos espaços governamentais, pois ali começou um processo de desmonte da Educação. Por isso os movimentos que defendem uma educação popular, justa e igualitária se organizaram e construíram o Fórum Nacional Popular de Educação que organiza as conferências nacionais.

“Nossa construção é popular e abarca as diferenças. Diferenças essas ignoradas pelo governo federal mas com muita força pra construir um projeto de educação inclusivo e lutar por sua aplicação. Nossas conferências regionais têm sido esse espaço de debates e de defesa do legado de Paulo Freire”, professora Edinalva Mendes – Depto de Assuntos Educacionais do SINTESE

A próxima conferência intermunicipal é dia 24/02

Ainda dá tempo de participar da conferência intermunicipal, ela será realizada de forma virtual na próxima quinta, dia 24, a partir das 19h e tratará dos eixos V e VI 

Para participar é só acessar o link

https://us02web.zoom.us/j/88178731849?pwd=ZDgyQkF4akNIZHBQU1luMDhZUmRIZz09#success