Centro de Excelência e o retrato de abandono da Educação Estadual

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A visita de dirigentes do SINTESE Roberto Silva dos Santos, diretor de Assuntos da Base Estadual e

centro de excelncia manoel messias feitosa1
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José Valmir Santos, coordenador Geral da Sub Sede do sertão, no último dia 17 de dezembro ao Centro de Excelência Manuel Messias Feitosa situado no município de Nossa Senhora da Glória os deixaram revoltados com a situação do estabelecimento de ensino.

A escola encontra-se com obras não concluídas que foram iniciadas no início do Governo de João Alves e continua com parte interditada. O que era para ser um refeitório encontra-se em ruínas, vestuários para os alunos passou a ser um depósito de madeiras velhas, salas de aulas passaram a ser banheiro para os alunos e a população que usa a quadra de esporte para fazerem suas necessidades fisiológicas e depósito para carteiras quebradas e o muro com infiltrações em risco de desabamento. Um verdadeiro desperdício do dinheiro público.

Criação dos Centros de Excelência

A criação dos Centros de Excelência fez o Governo do Estado, através da Secretaria da Educação, gastar milhões com publicidade para mostrar que estava transformando a educação estadual. Nos anúncios oficiais, o governo alegava que tinha encontrado a alternativa para resolver os problemas da educação sergipana. Assim foram transformados em Centros de Excelência os Colégios Atheneu Sergipense, Marco Maciel em Aracaju e Manuel Messias Feitosa em Nossa Senhora da Glória.

Nos anúncios publicitários o Governo de Sergipe anunciava que iria reformar fisicamente toda a escola, dotá-la de móveis novos, laboratórios de informática, química e línguas, e teria até um restaurante. Os valores para essa transformação eram altíssimos. Entretanto, o SINTESE sempre teve uma posição contrária a essa política, pois segundo o sindicato a Secretaria de Educação visava apenas colocar para debaixo do tapete os graves problemas que passava as escolas estaduais.

Criar Centros de Excelência era mostrar para a sociedade que estava investindo na educação, enquanto as outras unidades de ensino encontravam-se em péssimas condições. Assim, milhões foram investidos nos tais Centros de Excelências enquanto o resto da rede estadual era abandonado. Entretanto, a realidade atual do Centro de Excelência Manuel Messias Feitosa está mostrando que os milhões gastos em publicidade e na tal estrutura física não passaram de jogar para platéia. O “Centro de Excelência” está abandonado, num claro retrato da realidade da educação estadual e de desperdício do dinheiro público.

O que é mais grave é que o Governo de Marcelo Déda manteve as regras da Educação excludente implementada por João Alves e aprofundou a situação com a criação dos Centros Experimentais.

 

Centros Experimentais

Os professores rejeitaram em assembleia o projeto de lei que criava os Centros Experimentais do Ensino Médio. Para os educadores e o SINTESE os tais centros visavam, mais uma vez mascarar a realidade da educação estadual.

No entendimento da categoria o governo reforça o caráter excludente destas unidades de ensino e não avança numa política de valorização da escola pública sergipana. Isso sem falar dos prejuízos que os educadores lotados nas escolas, que ficariam à margem do Estatuto do Magistério.

De acordo com o projeto do governo que foi transformado em lei as escolas estaduais Marco Maciel, Atheneu Sergipense e Vitória de Santa Maria passariam a funcionar como centros experimentais, nos moldes dos atuais Centros de Excelência, mas com algumas modificações, como um conselho gestor controlado por uma empresa multinacional e seleção para os professores.

O SINTESE sempre se posicionou totalmente contra a esse modelo de escola, pois ele não agrega qualidade ao ensino público estadual, só faz contribuir para a separação e diferença. Em 2003 quando o governo passado implantou os Centros de Excelência prometeu que o projeto seria expandido para as demais escolas, mas isso não aconteceu. O sindicato é contrário a essa iniciativa e defende que o Governo deve garantir escolas em todos os municípios que ofereçam as mesmas condições de ensino a todos aqueles que estudam na rede pública estadual.

Gestão Democrática

Para o sindicato o modelo de gestão dos Centros de Excelências/Centros Experimentais vai de encontro à discussão de Gestão Democrática já negociada entre o sindicato e o próprio governo. O Governador tenta ganhar tempo e não tem vontade política para enviar o projeto de lei para Assembleia Legislativa para aprovação dos deputados. A realidade do Centro de Excelência Manual Messias Feitosa mostra claramente que esse modelo de educação excludente não passa de propagada para esconder a real situação da educação estadual.

Somente com gestão democrática que poderemos iniciar um processo de construção de um diagnóstico da rede estadual e discussão de políticas públicas para melhorar, de fato, a educação pública do Estado de Sergipe. O Congresso Estadual de Educação, previsto no Projeto de lei da Gestão Democrática é o caminho para isso. Mas também Sergipe precisa ter seu Plano Estadual de Educação para apontar metas e estratégias para resolver os problemas que passam a educação dos sergipanos.

As imagens mostram que Centros de Excelências/Centros Experimentais não são o caminho para resolver os problemas de abandono de nossas escolas. Se o Governador quer melhorar a educação pública estadual precisa mudar os rumos da política, é que todos esperamos.

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