O falecimento do professor José dos Santos ocorrido no último sábado, dia 29, comoveu centenas de professores. O email e o twitter do SINTESE receberam diversas manifestações de pesar.
“É com muita tristeza que recebi a notícia do falecimento do Companheiro José dos Santos. Sua ausência será sentida por todos aqueles que sonham e lutam pela dignidade do magistério, pela educação pública de qualidade e por um mundo socialista. Seu falecimento é motivo de tristeza de todos nós. Que seus familiares e companheiros do SINTESE tenham forças para superar a perda, mantendo seus ideais e integridade vivas nas memórias”, André Martins, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora.
No enterro realizado no domingo, 30, uma mística foi realizada e as poesias do professor Antônio Dantas, de Itabaiana e Dudu, de Estância foram recitadas.
A missa de sétimo dia será realizada na sexta-feira, na igreja Bem Aventurado José de Anchieta, no conjunto Augusto Franco, às 20h. O grupo de teatro Palco na Luta fará uma homenagem a José dos Santos.
Educadores da região Centro-Sul de Sergipe também prestaram homenagem a esse grande lutador com uma versão do poema de Carlos Drummond de Andrade.
Seu eu fosse Drummond diria:
E agora Jose?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?
Mas eu não sou JOSE.
Eu não faço rimas, não sei domar as palavras, nem encantar nossas lutas.
E agora JOSE?
Eu apenas lutos, seguindo seu ritmo, ouvindo seus contos, aplaudindo seu dom.
E agora JOSE?
Você foi embora, partiu de repente deixando na gente o sabor das palavras, do seu jeito de usá-la.
E Agora JOSE?
Como ficam as lutas?
Serão sempre durezas, sem rimar com moleza ou encanto de letras, pois você em presença já não estar.
Serão sempre lutas travadas, pois no meio da peleja, o guerreiro das rimas já não faz mais seus contos, suas rimas, seus versos. Se encontra calado, em seu jazigo enterrado, onde não ouvimos seu som.
Mas você não morre,
você é duro, José !
Mas JOSÉ, guerreiro não morre.
Mesmo não estando presente; Mesmo o corpo distante; Sua idéia de luta vai conosco ficar.
Poesia do professor Dudu
ADEUS ZÉ POETA
Zé poeta se foi,
Mas a sua poesia ficou,
Espalhada no vento,
Anunciando a batalha,
Antes do seu arrebento,
Encorajando a tropa,
Como um general,
A disparar seus versos,
Nos corações e mentes,
De mestras e maestros.
Seus admiradores o reverenciara,
Cravando na lápide da história,
“Aqui jaz um guerreiro,
Que amou a vida,
Perseguiu a liberdade,
E deixou muita,
Muita saudade…