Após três dias de paralisação, estudantes do Colégio Estadual Governador Valadares, em Aracaju, fizeram ato, na sexta-feira, 7. Os estudantes saíram em caminhada da porta do Colégio até a Praça Fausto Cardoso para reivindicar melhoras na estrutura física da unidade de ensino.
O estudante do 2º ano e presidente do grêmio, Gilberto Santos Júnior, diz que o objetivo da paralisação estudantil é chamar atenção da sociedade para a situação do Colégio Estadual Governador Valadares e buscar canal de diálogo com a Secretaria de Estado da Educação (SEED), no intuito de trazer melhorias para professores e estudantes.
“Estamos reivindicando uma melhor estrutura física; mais segurança, pois muitos estudantes estão sendo assaltados nas imediações do colégio; mais limpeza; a criação de uma área de convivência na parte do fundo do colégio, que na maior parte do tempo é o mato que toma conta; e que a direção do colégio volte a permitir que os estudantes que chegam atrasados possam assistir o segundo horário, porque temos uma tolerância de apenas 15 minutos. Nossa mobilização já começou a dar resultados. Hoje começaram a capinar a área externa do colégio. Esperamos que todas as nossas reivindicações sejam atendidas e que haja um entendimento entre nós e a Secretaria de Educação para que providências sejam tomadas e os problemas solucionados o mais rápido possível”, confia o estudante.
Problemas enfrentados
Estudantes e professores sofrem com a sujeira. Os banheiros são sujos e cheiram mal, não há lixeiras nas salas de aula, o lixo se acumula tanto nas salas como no pátio e nas demais áreas do colégio. Mesmo antes da greve dos servidores, a unidade de ensino já apresentava uma carência no número de executores de serviços básicos para realizar a limpeza. Faltam também merendeiras e auxiliares administrativos.
Para a professora de química, Gilcenir Ramos, a situação de abandono dificulta o processo de ensino e aprendizagem “É difícil dar aula em uma escola suja, mal cheirosa, que falta água, que tem uma estrutura física precária. O mais triste é que o Governo do Estado e a Secretaria de Estado da Educação dizem que está tudo bem nas escolas da rede estadual, que não há abandono. O Colégio Valadares tá aí para mostrar que o discurso das autoridades não condiz com a realidade”, coloca a professora.
Mas os problemas do Colégio Estadual Governador Valadares não param por aí. O mato toma conta das áreas comuns do colégio, o telhado está velho e quando chove aparecem muitas goteiras que deixam salas e corredores encharcados, falta alimentação escolar de qualidade, as salas não têm ventiladores e algumas estão até sem porta. De acordo com dados disponíveis no site da Secretaria de Estado da Educação (SEED), o Colégio Estadual Governador Valadares atente a 1.393 estudantes das séries finais do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio.
A estudante do 9º ano, do turno da tarde, Rafaela Alves Santos, conta que a estrutura precária do colégio já chegou a causar acidentes e teme que novos venham a acontecer. “A escada falta degraus, outro dia uma amiga minha caiu na escada, torceu o pé e ficou uma semana sem andar direito. Já vimos várias vezes ratos e até escorpião no pátio por causa do mato que cresce no colégio, o que é muito preocupante e perigoso. A varanda que fica na parte da frente do colégio, no segundo andar, está cedendo e qualquer hora pode acontecer uma tragédia. Desejamos um colégio melhor. Nós merecemos banheiros limpos, merecemos um colégio digno”, reivindica.